Luanda - O Bureau Político do Comité Central do MPLA manifestou, este sábado, "dor, angústia e profunda tristeza" pela morte de Dom Alexandre Cardeal do Nascimento, arcebispo emérito de Luanda.
Numa nota enviada à ANGOP, o BP do MPLA ressalta a trajectória do religioso, nascido no dia 1 de Março de 1925, em Malanje, marcada pela luta de libertação nacional até à independência de Angola, em 11 de Novembro de 1975.
Acrescenta que Dom Alexandre do Nascimento deixa o seu registo na luta de libertação nacional e na defesa da integridade e independência de Angola, causas que o levaram a sofrer por mais de uma vez à privação da liberdade.
Segundo a missiva, “o nome do primeiro Cardeal de Angola está associado à comunidade sócio-política, criação da Universidade Católica de Angola, reabertura da Rádio Ecclesia, Emissora Católica de Angola, bem como ao retomar de várias infra-estruturas importantes de evangelização, conferindo maior abrangência à Igreja Católica.
Alexandre do Nascimento estudou nos seminários de Bângalas, Malanje e Luanda.
Obteve licenciaturas em Filosofia e Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e posteriormente em Direito Civil, pela Universidade de Lisboa.
Ordenado sacerdote a 20 de dezembro de 1952, regressou a Angola, onde se dedicou a docência na disciplina de teologia dogmática no Seminário Maior Arquidiocesano do Sagrado Coração de Jesus em Luanda e redator-chefe do jornal católico "O Apostolado", entre os anos de 1953 e 1956.
Em 1957, fruto do seu envolvimento na causa da liberdade do povo angolano, foi implicado no denominado "Processo dos Padres", tendo sido forçado pelas autoridades coloniais portuguesas a fixar residência em Lisboa de onde voltaria dez anos depois.
Em 10 de agosto de 1975, foi nomeado bispo de Malanje, sendo ordenado em 31 de agosto de 1975.
A 3 de fevereiro 1977, foi promovido a arcebispo Metropolitano de Lubango, sendo também administrador apostólico ad nutum Sanctæ Sedis da Diocese de Ondijiva, onde foi sequestrado pela então forças armadas da Unita e posto em liberdade apenas após o apelo do Papa João Paulo II durante o Angelus do domingo dia 31 de outubro.
Nomeado Cardeal da igreja a 5 de janeiro de 1983, pelo Papa João Paulo II, com o título de Cardeal-Presbítero de São Marcos, em Agro Laurentino.
Foi transferido para a Arquidiocese de Luanda a16 de fevereiro de 1986, tendo renunciado ao governo pastoral da arquidiocese em 23 de Janeiro de 2001.
A sua trajectória vocacional está associada à política de Angola sob domínio colonial, marcada pela luta de libertação nacional até à independência.
Dom Alexandre Cardeal do Nascimento, lê-se no documento do MPLA, deixou o seu registo na luta de libertação nacional e na defesa da integridade e independência da República de Angola, causas que o levaram a sofrer por mais de uma vez a privação da liberdade.
O nome do primeiro Cardeal de Angola está associado à comunidade sócio-política, criação da Universidade Católica de Angola, reabertura da Rádio Ecclesia, Emissora Católica de Angola, bem como o retomar de várias infra-estruturas importantes de evangelização, conferindo maior abrangência à Igreja Católica.
O Cardeal deixa uma vasta bibliografia, notabilizando-se entres os principais autores angolanos. É igualmente referenciado a nível nacional e internacional pela sua entrega a fé e o amor ao próximo, não restando dúvidas de que o povo angolano perde hoje um intrépido defensor das suas nobres causas.
“Neste momento de dor e luto para Angola, para a igreja católica e para a família em particular, o Bureau Político do Comité Central do MPLA, em nome dos seus militantes, amigos e simpatizantes verga-se perante a obra e a memória do Cardeal Alexandre do Nascimento, e auguram que o seu espírito patriotico, expresso nas suas palavras e acções sirvam de inspiração a todos angolanos no exercício que deve ser conjunto de servir povo e fazer Angola crescer”, lê-se na mensagem.
“Honra e Glória a Sua Eminência Cardeal Alexandre do Nascimento, insigne filho de Angola”, conclui a mensagem.ART