Luanda - O MPLA é o maior interessado em criar o poder autárquico em Angola, afirmou este sábado, em Luanda, o seu presidente João Lourenço.
Segundo João Lourenço, na apresentação da Agenda Política 2024, foi o MPLA que teve a iniciativa, sem pressão, de pela primeira vez falar da necessidade da criação e implementação das autarquias em Angola.
O líder partidário disse que o partido não se limitou em falar, mas também em preparar e aprovar o pacote eleitoral das autarquias locais, faltando apenas um documento para estar completo.
O partido no Governo, confessou, é aquele que mais sente a necessidade do surgimento do poder autárquico para se sentir mais aliviado, pois uma parte das competências passarão a ser desempenhadas por um outro poder.
João Lourenço lembrou que o poder autárquico não vai colidir com o poder do Estado, porque são distintos, mas convergem para o mesmo interesse, o de ajudar o cidadão.
A Divisão Política Administrativa, explicou, que vai criar duas províncias e mais 161 municípios, não vai impedir a criação das autarquias, pois o país tem necessidade de mais municípios e comunas.
Lembrou à oposição que as autarquias locais não se exigem e não se oferecem, trabalha-se para alcançar esse objectivo.
No entanto, referiu, como sempre, caberá ao MPLA tornar possível a implantação do poder local em Angola, com seu voto maioritário no Parlamento e finalmente, depois de seguidos todos os passos, caberá ao Presidente da República convocar aquelas que serão as primeiras eleições autárquicas no país.
Orientou o partido a começar a preparar os militantes e não só a preparar os candidatos a presidir as Câmaras municipais, sublinhando que os mesmos devem estar comprometidos com a luta contra a corrupção.
"Não queremos aqueles que não sejam conhecidos nem sequer na própria comunidade onde se apresentam como candidatos, vamos apostar no homem e na mulher certa, os que vão efectivamente se engajar na resolução dos problemas locais", alertou.
Informou que a preparação e selecção de quadros para participarem nas eleições autárquicas deve começar com muita antecedência, ou seja esse trabalho deve começar já.
Comunidade no Exterior
Apontou ainda a necessidade do MPLA, em 2024, prestar uma atenção particular à comunidade angolana no estrangeiro, estar mais próxima independemente do trabalho que o Estado deve fazer junto delas.
Informou que enquanto partido, o MPLA deve trabalhar com todos angolanos na diáspora, não apenas os militantes, mas com todos que compõem as comunidades no exterior.
CIVICOP
Por outro lado, João Lourenço incentivou a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP) a continuar o seu trabalho em todo território nacional e sem anuência de qualquer partido político.
Para o também Chefe de Estado angolano as famílias têm o direito de reaver os restos mortais dos seus entes queridos ou de pelo menos concluir que tudo foi feito para se fazer um funeral condigno.
A CIVICOP, fez saber, deve fazer o seu trabalho em todo território nacional, pois não há espaço de partidos e nem precisa autorização deles, apenas os angolanos no seu todo são donos dos limites geográficos de Cabinda ao Cunene e do mar ao saliente do Cazombo. VIC