Luanda – O ministro da Relações Exteriores, Téte António, apontou este domingo, em Luanda, a afirmação do multilateralismo como a melhor opção para fazer face aos diversos desafios decorrentes do actual contexto da política internacional.
O chefe da diplomacia angolana fez esse pronunciamento quando intervinha na 6ª Reunião Ministerial do Caminho Conjunto, Angola-União Europeia, tendo referido que o encontro ocorre num contexto caracterizado por desafios, cada vez mais complexos, que se apresentam aos Estados e respectivas instituições.
Téte António afirmou ser esta sexta reunião ministerial a expressão de um salto qualitativo dado na relação entre Angola e a EU, demonstrado pela qualidade das conversações e sobretudo na harmonia existente.
Durante o certame, ocorrido à porta fechada, foram abordados aspectos relacionados com a cooperação bilateral e a vida internacional, com realce para as questões regionais referente ao esforço que Angola tem levado a cabo na região em que está inserida na África Austral, sobretudo na procura de paz na República Democrática do Congo (RDC) e na República Centro-Africana (RCA).
No âmbito dos caminhos conjuntos entre Angola e EU, foi rubricado um acordo de cooperação bilateral do desembolso da primeira parcela fixa de 10.000.000 Euros, referente ao apoio à formalização da economia, incluindo a protecção social e apoio à gestão das finanças públicas.
Assinaram o instrumento, o ministro da Economia e Planeamento de Angola, Mário Caetano João, e a chefe da delegação da União Europeia em Angola, Rosário Bento Pais.
Por outro lado, foi destaque no encontro as ameaças de terrorismo e as mudanças inconstitucionais que preocupam o continente africano.
No que respeita ainda à África Austral, a parte angolana, na qualidade de presidente da SADC, mostrou-se preocupada com as sanções contra o Zimbabwe e encorajou o diálogo contínuo no sentido do levantamento das mesmas.
Téte António destacou a parceria e os passos positivos dado com a assinatura de acordo em Samoa, considerando a expressão de um amadurecimento entre UE e OEACP, esta última que Angola preside.
“E nós pensamos que, somando, há espaço na cooperação bilateral, multilateral através da OEACP e noutras organizações em que estão inseridos e que gostariam de aperfeiçoar”, frisou.
Por sua vez, o representante da UE, João Cravinho, afirmou que se tratou de um a reunião profícua e de grande utilidade para a União Europeia e Angola, pois serviu para o balanço do que tem sido a cooperação extremamente fértil e projectar as acções para o futuro.
Segundo o responsável, aflorou-se, igualmente, alguns “desenvolvimentos pioneiros da relação entre as duas partes”, tais como o Acordo de Facilitação do Investimento Sustentável, o Memorando de Entendimento assinado entre Angola, UE e outros parceiros para o Desenvolvimento do Corredor do Lobito, bem como a partilha sobre as dinâmicas internacionais e regionais do continente africano, particularmente da situação do Leste da República do Congo, da Região dos Grandes Lagos, da RCA e as circunstâncias internacionais resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia.MGM/VC