Adis Abeba (Dos enviados especiais) – A 46.ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo da União Africana (UA) reúne-se quarta e quinta-feira, em Adis Abeba, Etiópia, para preparar a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da organização continental, a decorrer de 14 a 16 deste mês.
A reunião, de carácter ministerial, foi antecedida da 49.ª Sessão Ordinária do Comité de Representantes Permanentes (COREP) da UA, realizada de 14 a 31 de Janeiro do corrente ano, também na capital etiópe, e vai abordar, entre outras, questões relativas à implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA).
A segurança alimentar, a problemática das contribuições dos Estados-membros da organização, a nomeação e eleição do presidente da Comissão da UA, do vice-presidente e de cinco membros do Conselho de Paz e Segurança, o lançamento da Cimeira de Negócios EUA-África, a decorrer em Junho do corrente ano, em Luanda, constam igualmene da agenda.
Outros temas têm a ver com a paz e segurança no continente, com realce para o conflito no Leste da República Democrática do Congo (RDC), agravado com a tomada de Goma, no Kivu-Norte, pela rebelião do M23, apoiada por Forças de Defesa do Rwanda.
Para o efeito, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, é esperado terça-feira em Adis Abeba, onde se afinam os detalhes para o êxito da 38ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que vai decorrer sob o lema “Justiça para os Africanos e os Afrodescendentes por meio de Reparações”.
Na sessão de abertura da conferência, a 15 de Fevereiro, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, vai assunir, no âmbito da rotatividade, a presidência em exercício da União Africana por um ano, em representação da região austral do continente africano, em substituição de Mohamed Ould Ghazouani, da Mauritânia, que representou a África do Norte.
A propósito da 38ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA, o ministro Téte António disse em entrevista à ANGOP que a presidência de Angola vai potenciar a resolução de conflitos e o desenvolvimento sustentável de África, através de políticas e planos que beneficiem o continente.
Realçou que há uma forte intenção de o país mostrar o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a unidade entre as nações africanas, com iniciativas focadas na educação, saúde e redução da pobreza, para a melhoria da qualidade de vida dos africanos.
“A oportunidade de Angola liderar a organização continental pela primeira vez, especialmente no ano que marca o 50º aniversário de sua independência, é um profundo momento de orgulho e reflexão”, salientou, frisando que o país espera ser “um farol de esperança e progresso”, reflectindo seu “compromisso inabalável” com o futuro de África.
Angola, sublinhou o ministro, perspectiva promover a paz e a segurança em toda a África, alavancando sua experiência histórica em mediação e resolução de conflitos, o que inclui abordar os conflitos em curso em áreas como os Grandes Lagos, o Sahel e o Corno de África, defendendo o diálogo e a negociação, em vez de soluções militares.
Observou que Angola defende a cooperação multilateral, por entender que os desafios enfrentados por África exigem soluções colectivas, razão pela qual trabalhou em estreita colaboração com parceiros internacionais e países vizinhos para desenvolver estratégias abrangentes para a paz e o desenvolvimento no contente.
"Angola perspectiva uma presidência da União Africana caracterizada por um compromisso com a governança colaborativa, a construção da paz e o empoderamento económico do continente, pois o país deseja ser farol de esperança e progresso durante o seu mandato", de acordo com o chefe da diplomacia angolana.SR/ART