Lubango – Uma delegação do Comité Político Conjunto de Angola/Namíbia avaliou esta quarta-feira, as obras de construção dos Memoriais das localidades de Cassinga, na Huíla, e Tchihetekela, no Cunene.
A delegação angolana foi encabeçada pelo ministro da Defesa e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, ao passo que a namíbiana foi liderada pelo titular da Comunicação e Tecnologias de Informação, Mpeia Muatchilenga.
A visita enquadrou-se no plano de retomada das obras em Abril, após paralisação desde 2018, por razões técnicas e administrativas.
Os Memoriais visam homenagear os refugiados namibianos e cidadãos angolanos mortos pelo exército do antigo regime de segregação racial da África do Sul, em 1978.
Na ocasião, o ministro da Defesa Nacional, João Ernesto dos Santos, destacou o papel desempenhado por Angola, enquanto “trincheira” que acolheu os combatentes da luta pela libertação da Namíbia.
O ministro disse que já foram acauteladas todos os constrangimentos detectados nas respectivas obras, devendo retomar dentro de dias.
Destacou a importância dos Memoriais, já que as circunstâncias políticas, as características dos povos, as influências históricas e as heranças para as gerações presentes e vindouras coabitam entre ambas as Nações.
Por seu lado, o ministro da Comunicação e Tecnologias de Informação da Namíbia, Mpeia Muatchilenga, considerou excelentes as relações bilaterais entre os dois países e povos, consolidadas com laços de sangue e cultura.
Fez saber que o povo namibiano vai continuar a render homenagem aos irmãos angolanos, que com vida se bateram para a independência do seu país, a 21 de Março de 1990.
O Governo angolano investiu, nos últimos quatro anos, três milhões de dólares na construção de dois Memoriais, após a assinatura do Acordo Bilateral entre as autoridades dos dois países, sobre a edificação dos respectivos sítios históricos.
Os refugiados provenientes de 14 províncias namibianas chegaram a localidade de Cassinga, em Março de 1976, em consequência do conflito armado que assolava a Namíbia.
Abrigados em território angolano, os refugiados foram perseguidos e assassinados, a 04 de Maio de 1978, que resultou na morte de cerca de 600 pessoas, entre civis e militares, tendo sido enterrados em duas valas comuns.