Lusaka (Dos enviados especiais) – O ministro das Relações Exteriores, Téte António, reiterou, sábado, em Lusaka (Zâmbia), a necessidade de se privilegiar a via política para a resolução de conflitos.
O governante angolano e membro do Comité Ministerial do Órgão (CMO) falava à imprensa no final da Cimeira Extraordinária da Dupla Troika da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
“Seja qual for o desdobramento de forças que fizermos, temos que ter sempre em conta que a solução política é a via que devemos privilegiar”, referiu, numa alusão às missões da SADC na Republica Democrática do Congo (SAMIDRC) e em Moçambique (SAMIM).
Considerou ter sido o encontro uma oportunidade para os países ouvirem os esforços diplomáticos em curso, nomeadamente pelo Presidente da República, João Lourenço, na qualidade de medianeiro indigitado pela União Africana (UA), além de avaliar, entre outros aspectos, a situação de segurança no leste da RDC e norte de Moçambique.
Téte António discorreu sobre alguns pontos constantes do comunicado final da cimeira, sobretudo ligadas ao desdobramento, mobilização de recursos e outros meios inerentes à sustentabilidade de missões.
No entanto, embora não esteja referenciado no documento saído do encontro de alto nível de Lusaka, o ministro falou da eventual decisão de retirada faseada das tropas da SAMIM, sublinhando que o processo deverá ser efectuado sem deixar um vazio de segurança.
De acordo com o comunicado, a cimeira recebeu relatórios actualizados quanto à situação da RDC e de Moçambique e reiterou o apoio da organização regional aos dois governos no sentido de se alcançar a paz, estabilidade e segurança duradouras.
Felicitou os países contribuintes com tropas e manifestou o seu apreço aos homens e mulheres destacados nas missões da SAMIM e da SAMIDRC pelo serviço prestado em prol da preservação da paz e da segurança na região.
A cimeira manifestou total apoio a processos políticos e diplomáticos do continente, entre os quais o Processo de Luanda, liderado pelo Presidente, João Lourenço, e o Processo de Nairobi, conduzido pelo antigo presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta.
O Processo de Luanda, ou Roteiro da CIRGL sobre o Processo de Pacificação no leste da RDC, é um documento centrado, entre outros aspectos, na instauração de um clima de confiança entre os Estados da Região dos Grandes Lagos, a criação de condições ideais de diálogo e concertação política e normalização das relações políticas e diplomáticas entre a RDC e o Rwanda, bem como a cessação imediata das hostilidades. VC/ADR