Luanda - O ministro das Telecomunições, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário de Oliveira, disse esta quarta-feira, em Luanda, haver um crescimento significativo, nos últimos tempos, em termos de género no sector tecnológico no país.
O governante, que intervinha no tema tecnologia e educação como ferramentas para alcançar igualdade de género, durante o segundo painel da Bienal de Luanda 2023, realçou a evolução do género e as oportunidades que têm surgidas ao longo da última década.
Segundo Mário Oliveira, o país tem estado a acompanhar o acrescimento que se regista, de forma geral, nesta matéria, bem como a nível da investigação.
Referiu que quanto ao Programa Espacial Nacional, Angola tem desenvolvido um conjunto de aplicativos para utilização na agricultura, no meio ambiente e no estudo de derrame de petróleo, como resultado da investigação com recurso à inteligência artificial.
“E neste grupo de trabalho temos a presença de grande número de mulheres”, disse, dando conta da existência de 16 porcento de raparigas e mulheres com acesso às tecnologias no país, número que se prente elevar para cerca de 30 a 35% até 2030.
Afirmou haver acções concretas a serem desenvolvidas numa parceria entre os ministerios das Telecomunicações e da Educação, com vista a aumentar o investimento nos sectores, num projecto denominado Angola Digital, com a instalação de salas de informática em várias escolas do país.
Segundo o governante, há 10 anos a situação era muito pior, mas actualmente é notável a presença de mulheres e raparigas no que toca ao acesso às tecnologias.
Referiu existir no Programa Espacial Nacional, cujo objecto social mais conhecido é o Angosat2, muitas engenheiras, com capacidade e certificação em ciência espacial, uma das areas de matématicas e das tecnologias mais evoluídas, o que, no seu entender, demonstra o quanto o país tem avançado nesta matéria.
Citou, a título de exemplo, o facto de uma mulher ocupar o cargo de sub-directora para a área técnica do referido programa espacial, bem como a existência de quatro “senhoras” entre os nove postos de directores nacionais do ministério de tetula.
“Pelas oportunidades que o país tem dado, as nossas mulheres têm conquistado um lugar muito importante”, disse, reconhecendo haver ainda muito trabalho por se fazer.
Neste sentido, defendeu maior trabalho e investimento na educação e destacou a importância das famílias no que concerne ao ensinamento no seu seio, que se reflete, posteriormente, na formação.
“Para manusearmos tecnologias temos que educar e formar”, disse, referindo ser necessário ultrapassar alguns entraves que começam no seio familiar quanto ao acesso às tecnologias e à educação, por forma a atingir-se os objectivos de oportunidades iguais no género.
Durante a palestra em que interveio também a representante da ONU Mulher na Cote d’Ivoire, Antónia Sodonon, o governante angolano lembrou que o tema está dentro daquilo que são os objectivos de desenvolvimento sutentável das Nações Unidas, relativamente ao alcance da igualdade de género e capacitação das mulheres e rapariga.
Sublinhou ainda o trabalho da secretária-geral da União Internacional das Telecomunicações, uma mulher a frente de uma organização que gere, controla e monitora as acções ligadas as telecomunicações e tecnologias de informação no mundo, cujos ideais cingem-se na capacitação e valorização da mulher desde muito cedo, visando o sucesso do género.
Por sua vez, Antónia Sodonon fez refrência, entre outros, a aspectos ligados as políticas necessárias para a promover a igualdade do género, bem como o uso das tecnologias no seio da jovem mulher, evolução digital e global.
Falou das diferenças de benefícios na formação em áreas de tecnologias entre homens e mulheres a nível do mundo, salientando haver estudos a nível da ONU Mulher que apontam perdas de mais de um bilião de dólares como consequência da marginalização de mulheres e raparigas em certos cargos de tomada de decisão.
No entanto, reconheceu os esforços do Governo angolano em prol da igualdade do género e congratulou-se com os êxitos alcançados neste sentido.
“Sei que em Angola existe uma iniciativa acima de 30 por cento de mulheres a ocuparem cargo no Executivo, isto é um grande sucesso”, salientou.
Disse exitirem no continente mulheres capazes, pelo que se deve apostar, com investimento em novas tecnologias e parcerias com o secctor privado. Apontou a Cote d´ivoire e o Zimbabwe como exemplo no que concerne a esta matéria. VC/SC