Huambo – O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, destacou, esta sexta-feira, no Huambo, a cultura da excelência como princípio norteador da prestação do serviço público, especialmente, na administração local.
O governante, que falava sobre o tema “Aproximar os serviços públicos às populações: uma missão e uma obrigação constitucional”, durante o I workshop nacional sobre Jovens Líderes na Governação Local, afirmou que a busca da excelência é uma corrida sem fim, num mundo cada vez mais competitivo.
Acrescentou que manter essa cultura é importante que se tenha criatividade, flexibilidade e adaptação contínua, pois “é necessário mais acção do que palavra, mais conteúdo do que aparência”.
Declarou que o alcance da excelência na prestação do serviço público na administração local exige vontade de transformar e de reformar, para além do inconformismo, do espírito crítico, instinto criador e pensamento autónomo.
“Na administração local, sobretudo onde lidamos com problemas concretos das pessoas, é imperioso buscar novas soluções para novos problemas. Não tenhamos receios de inovar, de fazer diferente, de encontrar soluções atípicas, preocupem-se sim, cada vez que tiverem que procurar uma solução para os problemas, ter como caminho a cópia da solução criada noutros contextos, assentes noutros pressupostos, pois se for necessário arriscar, arrisquem, tendo sempre como farol a prestação de um serviço de excelência aos cidadãos”, exortou.
Disse que servir o munícipe com excelência exige preparação das lideranças, sobretudo das mais jovens e menos experientes, evitando o princípio do sabe tudo, pois há necessidade de compreender desde a primeira hora que a busca deste pressuposto não é compatível com conhecimentos acabados, por ser contínua e infinita.
O ministro de Estado salientou que um dos maiores erros que se comete nos processos de desenvolvimento é querer ir demasiado depressa, pois é preciso resistir à tentação de querer tudo para hoje, de querer resultados imediatos.
Lembrou que a aproximação dos serviços deve ser vista numa perspectiva institucional, física e, sobretudo, de qualidade do serviço prestado, com a sua aproximação junto ao cidadão.
Sublinhou que a relação com o cidadão tem dois momentos essenciais, particularmente, na administração local, onde se mantém contacto directo e diário com os munícipes, associados à legitimidade necessária para a liderança das comunidades, sendo o momento do título e do exercício.
Neste domínio, Adão de Almeida realçou que a qualidade de líder na administração local coloca-o na condição de gestor público, com a responsabilidade de gerir e cuidar do que é de todos, pois a boa administração impõe a distinção, desde muito cedo, sempre da coisa pública da privada.
Afirmou que privilegiar um amigo ou um familiar num concurso público em detrimento de outro cidadão, eventualmente mais qualificado, é cuidar mal do que é público e usar este património para benefício pessoal ou familiar, prejudicando, deste modo, a maioria dos cidadãos e, ao mesmo tempo, é confundir o público com o privado.
Com término previsto para hoje, o evento, uma iniciativa do Ministério da Administração do Território em parceria com o projecto Njila – Banco Mundial, decorre sob o lema “Transformando comunidades com liderança jovem e comprometida”.
A actividade visa promover uma reflexão profunda sobre a necessidade de intervenções positivas entre os líderes jovens que actuam e participam nas dinâmicas de governação, gerando maior comprometimento e engajamento, com vista a alcançar melhores resultados na estratégia de Governação Local.
Para além de acções de capacitação, o evento prevê, também, promover uma partilha contínua de conhecimentos e experiências governativas, através de um projecto de mentoria, com a finalidade de estimular atitudes e comportamentos de gestão e participação local, fundados nos valores éticos, patrióticos e de cidadania. JSV/ALH