Huambo – O ministro de Estado de Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, assegurou, esta quinta-feira, a conclusão da estrada nacional 354, no troço Cuima/Cusse, como um dos grandes desafios do Executivo.
Recorde-se que dos 65 quilómetros de extensão, entre o Cuima (Huambo) e Cussi (Huíla), 20 já se encontram asfaltados e outros 20 com a camada de base concluída.
O governante, que falava no acto central do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, em representação do Presidente da República, João Lourenço, decorrido sob o lema “4 de Abril, juntos pelo crescimento inclusivo do País”, lembrou que a província do Huambo tem uma rede rodoviária constituída por 14mil, 494,10 quilómetros de estradas, dos quais mil 398 de estradas nacionais e 13 mil e 96,1 de vias municipais.
Neste contexto, disse que o Executivo tem, entre outros desafios, a par da conclusão do troço Cuima/Cusse, a melhoria das condições do aeroporto Albano Machado e a optimização do Caminho-de-Ferro de Benguela para que se transforme na principal placa logística e de distribuição da zona Sul, em linha com o projecto da construção da Plataforma Logística, cuja primeira pedra foi colocada em Dezembro de 2023.
Afirmou que as estradas constituem um importante factor para a redução das assimetrias regionais, daí o Executivo ter em marcha o Plano de Salvação das Estradas, pois, se por um lado existe a necessidade de aumentar a produção agrícola, por outro faz-se necessário resolver os problemas das vias de comunicação, na medida em que todos os processos da economia são interdependentes.
Por este facto, disse, foram cadastradas e em fase de reabilitação vários troços de estradas que ligam o país, nomeadamente a estrada nacional 230, entre Malanje e Saurimo e as vias Saurimo/Dala e Desvio Lucapa-Saurimo, nas provínciais da Lunda-Norte e Lunda-Sul.
Deste processo, acrescentou, constam a reabilitação dos troços Luau-Marco 25 – Cazombo, na província do Moxico, Sanza Pombo/Cuito Pombo – Quimbianda –Buengas (Uige), Lucossa/Mpela –Noqui (Zaire) e Nzeto –Soyo (Zaire), que depois de concluidos poderão dar mais dinamizar a economia e tornar melhor a vida das famílias e das empresas.
Apelo contra vandalização dos bens públicos
Perante uma plateia constituída por membros do Executivo, dos órgãos de Defesa, Segurança e Ordem Interna, parlamentes, religiosos, autoridades tradicionais e a população em geral, o governante disse ser necessário que cada uma se assuma como campeão da paz.
Referiu que, apesar de todo o esforço do Executivo, “os inimigos do desenvolvimento nacional” continuam, de modo preocupante, a vandalizar os equipamentos construídos com suor de quadros nacionais e estrangeiros.
Disse tratar-se de cidadãos localizados, pois estão na família, na comunidade e, as vezes, nas igrejas e são conhecidos, daí a necessidade de serem denunciados nas autoridades policiais, para desencorajar tais actos que prejudicam a todos.
De modo particular, apelou aos órgãos da administração local do Estado a colocarem em funcionamento os Conselhos de Vigilância Comunitária, que devem funcionar nos termos da lei, de modo a prevenir o cometimento de crimes nas aldeias, vilas, bairros, cidades e municípios.
“Cada um de nós deve ser um agente de desenvolvimento nacional, um defensor da paz e da tranquilidade, um dinamizador da justiça e do progresso social. Sejamos campeões da paz nas nossas comunidades (…)”, rematou o governante.
O impacto da paz em Angola
Defendeu a necessidade de informar aos jovens o sofrimento que o país viveu durante os 27 anos de guerra, que tiveram como consequências a perda de milhares de vidas humanas e de outros recursos que seriam muito necessários para as tarefas que conduzem ao desenvolvimento.
“Precisamos dizer aos jovens que não testemunharam a guerra, que a Paz e a Independência Nacional são as maiores conquistas do povo angolano, as quais, por nenhuma razão, deixaremos de perder”, enfatizou.
Francisco Pereira Furtado, que destacou o facto de o Presidente da República, João Lourenço, ter sido indicado Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação África, disse que a construção de uma Angola pacífica e desenvolvida é uma missão de todos, independentemente, das suas convicções políticas, religiosas ou de qualquer índole.
Acrescentou que a importância da paz é reconhecida por todos os angolanos de bem, pois abre espaço para o desenvolvimento económico, social e humano, para além de permitir o estabelecimento e consolidação da democracia.
O ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República ressaltou ser graças a paz que o país vai realizar o segundo Recenseamento Geral da População, no pós-independência e, desta vez, será realizado, também, o Censo Habitacional.
Disse ser uma acção muito importante para o Planeamento estratégico económico e social, pois segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), deve ser realizada de 10 em 10 anos.
Por esta razão, exortou a participação e a coloração de todos nas tarefas do Recenseamento Geral da População, fornecendo as informações ou os dados que lhes forem solicitados pelos recenseadores do Instituto Nacional de Estatística (INE)
O governante sublinhou, igualmente, que a paz permitiu realizar quatro pleitos eleitorais consecutivos, designadamente em 2008, 2012, 2017 e 2022.
O acto ficou marcado com a exibição de uma peça teatral sobre os ganhos paz, pelo colectivo de Artes Vozes D´África, assim como as canções dos grupos corais das Igrejas Evangélica Congregacional em Angola (IECA) e da Adventista do 7º Dia.
Animaram, igualmente, o acto decorrido no pavilhão multiusos Osvaldo de Jesus Serra Van-Dúnem, no interior da cidade do Huambo, os músicos Ivanilson e Edna Mateia, para além da demonstração de exibição de ginástica acrobática, do desfile das Forças Armadas Angolanas e apresentação de ofertas, como forma de agradecimento pelos ganhos da paz. ALH