Centro-Sul de Angola recorda Mártires da Repressão Colonial

     Política           
  • Cunene     Segunda, 04 Janeiro De 2021    15h59  
Gerdina Didalelwa, Governadora provincial do Cunene
Gerdina Didalelwa, Governadora provincial do Cunene
Josá Cachiva

Namacunde – Mensagens sobre a necessidade do reforço do patriotismo para a preservação da independência, consolidação da paz e crescimento socioeconómico, marcaram os diferentes actos provinciais alusivos ao Dia dos Mártires da Repressão Colonial, que hoje se assinala.

Na província do Cunene, a governadora Gerdina Didalelwa pediu, na povoação de Oihole, município de Namacunde, aos jovens para que se inspirarem no espirito patriótico dos mártires da repressão colonial.

Essa atitude ajudará a juventude a participar no desenvolvimento socioeconómico do país, sublinhou a governadora no acto provincial alusivo ao 4 de Janeiro.

“A juventude, enquanto futuro da nação, deve ser mais exemplar nas suas acções e atitudes, para melhor assumir as responsabilidades relacionadas com a promoção da paz e unidade nacional”, referiu.

Em homenagem aos compatriotas assassinados pelo então Exército Português, que ocorreu há 59 anos, na região da Baixa de Cassange (Malanje), teve lugar na província do Bié uma palestra sobre a façanha.

Na ocasião, o deputado do MPLA, António Filipe Santos, destacou a bravura dos Heróis da Revolta da Baixa de Cassanje e suas lições no contexto actual.

Aconselhou os pais e encarregados de educação a transmitir aos “mais novos” a importância do 4 de Janeiro, pelo facto de contribuir no alcance da Independência Nacional, a 11 de Novembro.

O acto decorreu na cidade do Cuito e contou com a presença do vice-governador para o sector Político, Social e Económico, António Manuel, que ressaltou, no final do evento, ser perspectiva do Governo compilar e introduzir mais conhecimentos referentes à data no ensino secundário.

No Huambo, o director do Gabinete dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Irineu Cândido Leonardo Sacaála, num encontro de confraternização com esta franja da sociedade ressaltou a importância e valor histórico da data, que na sua opinião deve ser transmitido às novas gerações para o contínuo reconhecimento e entendimento sobre o quanto custou a liberdade.

Por sua vez, no Cuando Cubango, o responsável dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Heraldes Camaia, anunciou que mil e 400 Antigos Combatentes e seus dependentes foram inseridos no projecto de Ferro Gusa, no município do Cuchi.

O projecto, cujo arranque está previsto para o primeiro trimestre deste ano, destina-se à transformação do minério de ferro em Ferro Gusa, produto intermédio para a fabricação de aço.

Parte destes Antigos Combatentes estão igualmente inseridos no projecto agro-pecuário na comuna do Missombo, município de Menongue.

Os mártires da repressão colonial foram lembrados na província da Huíla num encontro orientado pela vice-governadora para o sector Político, Social e Económico, Maria João Chipalavela, defendendo igualmente a necessidade de uma maior divulgação sobre a história da Baixa de Cassanje.

Destacou que foi graças ao comprometimento dos antigos combatentes e veteranos da pátria que Angola hoje é independente e reconhecida como país soberano.

Em Benguela, a data foi marcada pela deposição de uma coroa de flores no tumulo do soldado desconhecido, no cemitério da Catumbela.

O governador em exercício da província, Leopoldo Muhongo, apelou, na ocasião, ao empenho de todas as forças vivas da sociedade no processo de desenvolvimento do país, para o bem-estar da população.

A 4 de Janeiro de 1961 mais de 10 mil agricultores, da ex-Companhia de algodão de Angola (Cotonang), foram assassinados pelo exército colonial português na baixa de Kassanje (Malanje), por exigirem melhores condições de trabalho, isenção de pagamentos de impostos e a abolição do trabalho forçado.

Os protestos começaram no posto administrativo do Milundo, zona isolada, e com menos população branca.

Na altura, os camponeses pegaram em catanas e outros instrumentos de trabalho para o protesto contra o regime colonial, riscando as cadernetas de identificação, bloqueando estradas e destruindo pequenas pontes.

A resposta do regime colonial liderado por Oliveira Salazar foi severa, com a mobilização de aviões equipados, bombeando a região, fazendo cerca de 10 mil mortos.

A baixa de Kassanje é uma imensa depressão geográfica com 80 mil quilómetros distribuídos entre Malanje e as Lundas. Em 1961, a região tinha 150 mil habitantes e os campos de algodão tinham quase 85 mil agricultores e respectivas famílias, todos eles coagidos a cultivar e vender o algodão.





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