Luanda – O papel preponderante jogado pela diplomacia na afirmação de Angola no concerto das nações, desde o alcance da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975, foi destacado esta quinta-feira, em Luanda.
De acordo com o director da Academia Diplomática Venâncio de Moura, José Marcos Barrica, em entrevista à ANGOP, a propósito dos ganhos dos 47 anos da independência, no domínio da diplomacia, um enorme esforço foi desenvolvido pelo Executivo para que o país pudesse granjear um grande prestígio na arena internacional, desde que Angola foi admitida como Membro de Pleno Direito das organizações das Nações Unidas (ONU) e da Unidade Africana (actual União Africana).
Por este facto, de acordo com Marcos Barrica, “a diplomacia é das áreas de que o país se pode orgulhar pelo trabalho que tem vindo a desenvolver”.
Estes resultados, argumenta, surgem da acutilância e do posicionamento assumido em relação à conjuntura internacional, muitas vezes adversa à política desenvolvida por Angola em distintas matérias.
Ainda assim, advogou a necessidade de os diplomatas continuarem a defender, sem cessar, os princípios da paz e solidariedade entre os povos, assim como ter uma posição de não-alinhamento, primando sempre pela resolução de conflitos por via pacífica.
Diplomacia económica
Questionado sobre os frutos da diplomacia económica, desencadeada desde 2017, Marcos Barrica é da opinião que ainda não se alcançaram os resultados desejados na velocidade que se pretende.
Explicou que esta vertente tem sido desenvolvida, particularmente pelo Presidente da República, João Lourenço, e visa a busca de parcerias no exterior para garantir o investimento directo no país.
Acrescenta que para que a diplomacia económica tenha resultados são necessários alguns pressupostos, daí que, a par da actividade diplomática, exista a necessidade de se efectuar algumas reformas legislativas para tornar o ambiente de negócios mais favorável e atractivo.
Por essa razão, segundo Marcos Barrica, Angola desenvolveu uma série de acções ligadas à revisão da legislação no respeitante à protecção jurídica dos negócios no domínio financeiro e aduaneiro para permitir que quem invista no país tenha as garantias necessárias.
Formação
No domínio da formação de diplomatas, referiu que a mesma teve início nos finais da década de 1990 (século passado), com a criação do Instituto de Relações Internacionais, que evoluiu para Instituto Superior Venâncio de Moura.
Segundo o responsável, com o surgimento, há dois anos, da Academia Diplomática passou-se a dar uma formação especializada para funcionários das Relações Exteriores.
Até a presente data, a Academia Diplomática formou 92 diplomatas, entre embaixadores e adidos, para além de 192 quadros do Ministério das Relações Exteriores, perfazendo 284 formados.
O responsável sublinhou que a formação diplomática tem uma grelha curricular que se estende por formatos de capacitação de embaixadores nomeados pela primeira vez e aos com necessidade de refrescamento, abrangendo igualmente cônsules-gerais, ministros conselheiros, secretários e adidos financeiros, comerciais e culturais.
Explicou que os cursos também envolvem as esposas e os esposos de embaixadores e embaixadoras para melhor poderem se situar no exercício das suas funções.