Windhoek (Dos enviados especiais) - A vice-presidente do MPLA, Mara Quiosa, destacou, esta quinta-feira, em Windhoek, a autoridade e a determinação com que o primeiro Presidente da Namíbia, Sam Nujoma, comandou a luta de libertação nacional do seu povo.
A dirigente do MPLA falava numa cerimónia de homenagem ao Pai Fundador da Nação Namibiana, Sam Nujoma, promovida pela SWAPO, partido no poder na Namíbia.
Mara Quiosa, que chefia uma delegação do MPLA que vai participar nas exéquias de Sam Nujoma, enfatizou que o povo namibiano, angolano e África, duma maneira geral, perdem um dos seus melhores filhos, ,"mas deixa consolidado um legado que vai ser seguido pelas gerações actuais e vindouras".
Disse que são visíveis e palpáveis as transformações que Sam Nujoma promoveu para edificar uma Nação promissora.
Reiterou que foi com profunda tristeza que Angola recebeu a notícia do passamento físico Sam Nujoma, Presidente Fundador da Nação Namibiana.
Ressaltou o facto da Namíbia e Angola, por razões históricas e geográficas, e Nações irmãs comungarem os mesmos ideais, os ideais da verdade, da paz do progresso e do desenvolvimento económico e social.
Lembrou que a SWAPO e o MPLA conduziram as suas lutas para a libertação dos seus povos e consequentemente a conquista das suas independências, com o sacrifício de muitos dos seus melhores filhos que jazem na galeria dos heróis das respectivas pátrias.
"Por isso, estamos aqui para prestar uma sentida homenagem a um líder africano cuja trajectória marcou, profundamente, a história da Namíbia enquanto Nação e o movimento de libertação nacional e africano", assinalou.
Segundo Mara Quiosa, as relações entre os dois países mantêm-se intactas, para quem o estreitamento dessas relações nos domínios político e económico "têm sido e continuam a ser a nossa principal divisa".
As cerimónias fúnebres do antigo presidente da Namíbia, Sam Nujoma, acontecem na sexta-feira e sábado, em Windhoek, com a presença de vários Chefes de Estado e de Governo, para além de delegações de diferentes países do mundo.
As ruas e céus de Windhoek estão a ser patrulhadas pelas forças de defesa e segurança em função da presença destas entidades. O período de luto nacional continua a ser observado nesse país.
Relações históricas
Angola e Namíbia estabeleceram relações diplomáticas a 18 de Setembro de 1990, e os dois países têm embaixadas com chancelarias instaladas nas respectivas capitais (Luanda e Windhoek) e consulados.
Entre os dois Estados existem acordos de cooperação em diversos domínios, destacando-se os de isenção de vistos, Defesa e Segurança, Indústria, Comércio, Energia e Águas, Pescas, Turismo e Transportes.
Também está em vigor um Acordo Bilateral sobre a Circulação de Pessoas e Bens, assinado em 1992, que prevê, entre outros aspectos, a livre circulação de angolanos e namibianos num raio de 60 quilómetros ao longo da fronteira
Os dois partidos no poder (MPLA e SWAPO) cooperam desde a luta de libertação de ambos os povos, que proclamaram as independências em 1975 (Angola) e 1990 (Namíbia).DC/ART