Luanda - Mil e 430 crimes cibernéticos foram registados, este ano em todo país, pelos Serviços Investigação Criminal (SIC), deu a conhecer esta terça-feira, em Luanda, o director do Gabinete Cibercriminalidade e Prova Electrónica da Procuradoria-Geral da República, Gilberto Vunge.
A informação foi partilhada durante a 2ª Conferência Nacional sobre Cibercrime, quando dissertava o tema “A Ascensão do Cibercrime em Angola”, tendo referido que este números, resulta dos 654 crimes de burla informática, 525 de assunção ou atribuição de falsa identidade, 206 de acesso ilegítimo e 45 de Sextortion (coerção sexual).
Por outro lado, apontou três grandes processos que resultaram na detenção de 85 cidadãos de diversas nacionalidades, dois hotéis, 300 telemóveis, 300 computadores e vários milhões em moeda nacional e estrangeiras.
O processo, referiu, conta com ramificação em África, América do Sul e Ásia (Médio Oriente), pois é nestas regiões que estão os verdadeiros mentores dos esquemas criminosos.
Assim sendo, referiu que os sectores mais afectados pelos cibercrimes são telecomunicações, finanças, comércio electrónico e segurança cibernética.
Sistema Bancário
Em outro momento, Gilberto Vunge mostrou-se preocupado com os constantes actos de invasão no sector bancário, facto que já tem merecido um acompanhamento pontual do Gabinete Cibercriminalidade e Prova Electrónica da Procuradoria-Geral da República, com vista a abortar toda e qualquer tentativa.
No que toca às recomendações, o magistrado referiu serem necessárias acções rápidas e coordenadas face a ascensão do cibercrime.
Apontou a necessidade de se investir mais em tecnologia e capacitação, fortalecer as leis e políticas de protecção de dados.
A cooperação internacional, a promoção da literacia jurídica sobre práticas de segurança digital, a adesão a Convenção de Budapeste, bem como a adaptação da legislação para questões de ciberespaço, Cibercrime, Cibersegurança, inteligência artificial e tecnologias quânticas, são outras apostas em cima da mesa.
A 2ª Conferência Nacional sobre Cibercrime promovida pela Procuradoria-Geral da República e a Pentinalli Investigações, decorrerá durante dois dias e reúne especialistas numa análise profunda sobre "A Ascensão do Cibercrime em Angola".
Entre os temas em abordagem destaque recai para a "Cooperação Internacional Formal e Informal no Âmbito do Cibercrime"; "O Estatuto do Arguido no Cibercrime: Protecção de Direitos e Eficiência Judicial"; "O Papel da Inteligência Financeira no Combate ao Cibercrime". ANM/VIC