Luanda - O Presidente da Comissão da União Africana (CUA), Moussa Faki Mahamat, defendeu hoje, sábado, a conjugação de esforços para a pacificação na República Democrática do Congo (RDC) e no Sudão.
Na abertura da Cimeira Extraordinária da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), Moussa Faki considerou necessário encontrar soluções duradouras para as crises africanas através do diálogo e compromissos fortes.
Na ocasião, descreveu a situação de segurança na região como catastrófica e de grandes consequências humanas.
Por este facto, exorta à coordenação de esforços para corresponder ao lema de cimeira "Por uma região dos Grandes Lagos estável, rumo ao desenvolvimento sustentável".
Declarou que, apesar de alguns progressos, colocam-se desafio em termos de segurança que emperram o desenvolvimento, como a recrudescimento do surgimento de grupos armados como o M23 e a exploração ilícita de recursos naturais.
Disse que a situação apela para a necessidade de revitalização do desdobramento da força africana no sentido de ajudar na implementação rápida dos processos do Rwanda e de Nairobi.
O dirigente continental apelou à ONU e outros parceiros para apoiarem os esforços de pacificação em curso na RDC e no Sudão nos domínios técnico e logístico.
No entanto, anunciou que a Comissão da União Africana está a preparar a realização de uma Cimeira com a participação das comunidades Económica dos Estados da África Central (CEEAC), de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e da Comunidade do Estados da África Oriental (CAO) para coordenar esforços e repartir responsabilidades, tendo em conta o potencial de cada Estado.
A pretensão da CUA deve-se ao facto desta considerar essencial a actuação com eficácia e o aumento da confiança entre os líderes das organizações.
Por outro lado, referiu que o golpe de Estado no Sudão, numa altura em que o país preparava eleições, provocou a deterioração da situação interna, agravada ainda mais pela crise instaurada no seio da liderança golpista, com consequências para outros países.
Adiantou que para além do êxodo para outro países, os mortos estão por enterrar e os feridos sem assistência, podendo descambar em mais um caos no continente.
A UA envida esforços para se alcançar o cessar-fogo, ao mesmo tempo que exortou ao contendores a evitar acções que danifiquem mais o país e criem perturbações a longo prazo.
Argumentou que a UA engajou-se com agências especializadas para socorrer as populações sinistradas.
O Presidente Moussa Faki acredita numa solução negociada do conflito sudanês, para salvar o país de uma guerra civil e a região de um caos generalizado. JFS/AFL/SC/ADR