Luanda - O ex-Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, e o ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, serão os principais oradores da segunda edição do Congresso Internacional de Liderança Assertiva’ 2024, a decorrer em Luanda, a 09 de Setembro próximo.
De acordo com uma notícia do Jornal de Angola, o evento, que prevê reunir mais de 400 participantes, entre líderes empresariais, académicos e profissionais de diversas áreas, visa promover a troca de conhecimentos e experiências sobre a liderança assertiva, através de estratégias eficazes, que impulsionam a produtividade e a gestão aos vários níveis.
O também ex-primeiro-ministro português, Durão Barroso, actualmente presidente não-executivo do Banco Goldman Sachs International, foi um dos principais arquitectos dos Acordos de Bicesse para a paz em Angola, devendo estar no congresso para partilhar a vasta experiência em governança global e política internacional.
A presença de Bornito de Sousa no evento deve-se ao facto de ser um jurista respeitado e professor universitário, na disciplina de Ciências Políticas e Direito Constitucional, devendo a sua intervenção cingir-se a uma análise profunda sobre a "Importância do Direito na Construção de Sociedades Democráticas e Estáveis”.
Está confirmada, ainda, segundo o sociólogo Francisco Destino, da organização do evento, a presença da empresária e ‘trainer’ internacional, Tathi Deândhela, considerada uma referência em produtividade e alta performance, tendo a sua metodologia sido adoptada por empresas de várias partes do mundo, também conhecida por transformar profissionais em líderes eficazes.
Na conferência, Tathi Deândhela vai dissertar sobre "Estratégias Práticas para Melhorar a Produtividade no Ambiente Corporativo”.
Francisco Destino, que também vai intervir na conferência, na abordagem do tema "Melhores Práticas de Liderança para o Desenvolvimento de Equipas de Alto Desempenho”, tem trabalhado com líderes em diversos sectores, para promover o alto desempenho e a eficácia nas organizações.
Importância da liderança assertiva
O Congresso Internacional, segundo ainda Francisco Destino, pode alavancar o sector Político e Económico, garantindo performances para alargar o leque de habilidades na tomada de decisões assertivas, tendo em conta que a liderança assertiva em Angola, como em outros contextos, enfrenta uma série de desafios específicos e amplos, que podem ser analisados em várias dimensões.
O sociólogo referiu, ainda, que para o contexto político e social, Angola tem um histórico marcado por conflitos internos e uma transição relativamente recente para a estabilidade política, onde a liderança assertiva pode ser desafiada por estruturas hierárquicas estabelecidas, com a necessidade de navegar pelas complexidades políticas.
Além de questões sociais, como a desigualdade e disparidades regionais, podem exigir que os líderes sejam sensíveis e adaptáveis.
A cultura organizacional em muitas organizações, disse, pode trazer uma tendência para estilos de liderança mais autoritários ou paternalistas, em que a assertividade é confundida com agressividade.
Por esta razão, explicou, deve-se introduzir e manter uma liderança assertiva, que equilibre a clareza e empatia.
Em relação aos Recursos Humanos e Capacitação, considerou a escassez de profissionais qualificados e a necessidade de desenvolvimento contínuo de habilidades podem limitar a eficácia de uma liderança assertiva, por isso é necessário um esforço contínuo para capacitar líderes e equipas, o que exige tempo, investimento e uma mudança cultural.
Francisco Destino esclareceu, também, que a economia angolana, apesar de ser uma das maiores da África Subsaariana, devido aos seus recursos naturais, enfrenta desafios relacionados com a diversificação económica e desenvolvimento de infra-estruturas.
Para manter a comunicação e percepção, acrescentou, é preciso ser assertivo num contexto onde a comunicação directa nem sempre é a norma, porque pode gerar mal-entendidos. Neste contexto, o desafio é equilibrar a necessidade de ser claro, firme, culturalmente sensível e diplomático.
O sociólogo considerou, ainda, que a expectativa de transformação num país em desenvolvimento é elevada quando os líderes promovem mudanças rápidas e eficazes, sublinhando que a liderança assertiva pode ser percebida como necessária, mas também deve ser conduzida de forma a gerir essas expectativas e evitar rupturas desnecessárias.
Angola, prosseguiu Francisco Destino, é um país com uma grande diversidade étnica, cultural e linguística, portanto liderar de forma assertiva requer um entendimento profundo dessas diversidades para assegurar que as decisões sejam inclusivas e respeitem as diferenças culturais.
Na primeira edição do congresso, lembrou o sociólogo, o impacto foi positivo, argumentando que houve uma reflexão profunda em torno da assertividade nas lideranças, o que exigiu a coragem de agir e fazer diferente, trazendo, primeiramente, a responsabilidade do gestor em criar espaço para que a comunicação e acções assertivas possam ganhar corpo nas instituições.
A edição passada, disse, foi mais virada à assertividade empresarial, assegurando que, para este ano, as apresentações serão abrangentes, na medida em que a intenção é atingir as lideranças políticas, corporativas e sociais.
"O encontro é uma oportunidade única para profissionais e empresas que desejam alcançar novos níveis de excelência e liderança nos respectivos campos”, afirmou, informando que para participar no congresso, as inscrições já estão abertas e podem ser feitas através do site ticket.ao. FMA/VIC