Mbanza Kongo – A literatura do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, despertou, em décadas de 60 a 70, a consciência revolucionária dos africanos e cultivou o sentimento patriótico e de pertença aos povos do continente berço da humanidade.
A afirmação é do secretário provincial da JMPLA na província do Zaire, Agostinho Dias Zantoto, quando falava esta sexta-feira à ANGOP sobre a figura de Agostinho Neto, no âmbito da jornada do Herói Nacional.
Lembrou que, Agostinho Neto, enquanto estudante em Portugal, apoiou-se na literatura para exercer a sua actividade de influenciador política a muitos jovens africanos, para a libertação do continente do jugo colonial.
Disse que este papel exercido pelo Neto, na altura, foi crucial para unir os que eram considerados assimilados e não assimilados, frisando que os angolanos, em particular, e os africanos, em geral, viviam um momento em que os seus hábitos e costumes eram rejeitados para dar lugar aos usos do ocidente.
“Agostinho Neto, pelas suas místicas poesias, inspirou a juventude para a luta de libertação nacional do jugo colonial que culminou com a conquista da independência nacional a 11 de Novembro de 1975”, ressaltou.
Salientou que os ideais de Neto continuam a inspirar a juventude e os dirigentes angolanos para a estabilidade nacional e da sub-região da África Austral.
Para o jovem político, a mediação de Angola para a pacificação dos países dos grandes lagos reflecte a matriz deixada pelo poeta maior, ao declarar que “Angola é e será, por vontade própria, a trincheira firme da revolução em África. Na Namíbia, Zimbabwe e África do Sul está a continuação da nossa luta”, citou.
A propósito, defendeu a desmistificação das poesias do saudoso Neto para que as novas gerações continuem a entender e inspirar-se nas dimensões culturais, políticas, humanistas e económicas do fundador da nação angolana.
Por sua vez, o segundo secretário provincial do MPLA no Zaire, Garcia Vieira, disse que o legado de António Agostinho Neto continua firme na vida dos angolanos e dos povos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
“Agostinho Neto sempre primou pela unidade e pela paz, e criou balizas para que Angola continuasse a trilhar o caminho de progresso social e económico”, acentuou.
De acordo com o político, a dimensão política do primeiro Presidente de Angola transcende as fronteiras nacionais e de África, para quem esta visão deve ser considerada como fonte de inspiração na busca de soluções dos principais problemas qua ainda afligem a população.
António Agostinho Neto nasceu a 17 de Setembro de 1922, na aldeia de Caxicane, Icolo e Bengo, e morreu a 10 de Setembro de 1979 em Moscovo, Rússia, por doença. DA/JL