Maputo (Dos enviados especiais) - O Presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Filipe Nyusi, considerou, nesta quarta-feira, em Maputo, Moçambique, “ameaça global” as acções de terrorismo a nível da região austral.
Ao discursar na sessão de abertura da Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da SADC, Filipe Nyusi afirmou que, para derrotar o terrorismo, “os estados membros da organização devem aprofundar o seu conhecimento na perspectiva de erradicá-lo em toda região”.
Sublinhou que a expectativa da Cimeira é analisar a resposta e apoio regional da SADC na luta contra o terrorismo que assola o distrito da província de Cabo Delgado, em Moçambique.
“Temos garantias no sucesso do combate a esse flagelo para salvaguarda dos nossos direitos culturais e socioeconómicos em defesa das nossas soberanias”, afirmou o também Chefe de Estado de Moçambique.
Disse que apesar das responsabilidades do seu Governo no combate ao terrorismo no país, agradece a solidariedade e apoio dos estados membros e países amigos que juntam esforços para que o terrorismo não encontre terreno fértil em Moçambique e na região.
“Estamos certos que teremos a SADC como interveniente activo e principal nesta luta. Não descansaremos enquanto não alcançarmos a vitória final e a paz em cada canto da nossa região”, destacou.
Centro de operações humanitárias
Ainda na sua intervenção, Filipe Nyusi realçou a importância da iniciativa conjunta dos estados membros na criação do Centro de Operações Humanitárias e de Emergência da SADC, sedeado em Nacala, norte de Nampula, Moçambique.
A criação do referido centro visa dar resposta de emergência, fruto da realidade das mudanças climáticas na região e no mundo, como a falta de água, seca, extinção da flora e fauna, cheias, doenças, pragas, imigração, entre outros fenómenos.
Segundo o presidente da SADC, o Centro de Operações Humanitárias vai funcionar como uma estrutura regional de coordenação na preparação de respostas rápidas para apoiar os estados membros afectados por eventuais calamidades em matéria de equipamentos necessários.
Falou também dos grandes desafios políticos, sociais e económicos da região, numa altura em que os países do mundo enfrentam graves consequências com o surgimento da pandemia da Covid-19.
Sob o lema “40 anos construindo a paz e segurança e promovendo o desenvolvimento resiliência face aos desafios globais”, Angola participa na Cimeira com uma delegação chefiada pelo ministro do Interior, Eugénio Laborinho, em representação do Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
A Cimeira, que foi antecedida de reuniões preparatórias do Comité dos Altos Funcionários da SADC e do Conselho de Ministros da organização, aborda questões de carácter político, socioeconómico, de segurança e paz da região austral.
No âmbito da Cimeira, a organização realizou terça-feira, na capital moçambicana, o Fórum de Negócios da SADC, na perspectiva da construção e desenvolvimento de infra-estruturas favoráveis à fluidez do comércio e serviços e a integração económica regional.
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) é a organização sub-regional de integração e cooperação económica dos países desta região, criada a 17 de Agosto de 1992.
Visa a promoção do crescimento e desenvolvimento económico, a diminuição da pobreza, o aumento da qualidade de vida da população, a paz e a segurança, o desenvolvimento sustentável, o reforço e consolidação das afinidades culturais, históricas e sociais da região, entre outros.
Fazem parte Angola, África do Sul, Botswana, Comores, República Democrática do Congo, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Eswatini, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe e Seychelles.