Cuito – O legado dos antigos combatentes, para o alcance da Independência Nacional, deve continuar a ser um factor inspirador para a juventude e não só, para a concretização dos desafios de desenvolvimento do país.
A reflexão é da vice-governadora do Bié para os sectores Político, Social e Económico, Alcida de Jesus Camateli Sandumbo, quando discursava no acto provincial das comemorações do 4 de Janeiro, Dia da Repressão dos Mártires da Baixa de Cassanje, realizado na cidade do Cuito, capital desta província.
No seu discurso, a responsável, que falava em representação do Governador do Bié, Pereira Alfredo, considerou os antigos combatentes um segmento de angolanos conhecidos e anónimos que, de maneira heróica, protagonizarem os feitos mais históricos que levaram o país à conquista da Independência.
Este feito, continuou, além de dar aos angolanos a liberdade, autonomia e a autodeterminação, abriu caminhos para alcance da paz e da reconciliação nacional definitiva, em 2002, bem como para a consolidação da democracia e da reconstrução de Angola.
Por isso, considerou ser imperioso que os angolanos olhem para este legado como um factor inspirador para a concretização dos desafios que visam a promoção do desenvolvimento do país, nos vários domínios da vida social.
“A melhor maneira de homenagearmos os heróis nacionais é de nos unirmos em prol da construção de um país que eles sempre sonharam, preservando a paz, a união, a solidariedade, o compromisso e a coesão”, sublinhou.
Na ocasião, a vice-governadora reiterou o compromisso do Governo angolano na garantia do bem-estar dos antigos combatentes, em recompensa por tudo aquilo que deram e fizeram em prol do país.
Apontou, como estratégias, a implementação dos programas que visam a integração socioeconómica deste segmento social, através dos projectos geradores de renda, aumento das pensões mensais, tendo ainda anunciado a intenção da institucionalização, em breve, do cartão de identificação dos antigos combatentes.
Para o investigador Adilson Sawamba Luís Bumba, que dissertava, na ocasião, a palestra subordinada ao tema “A revolta da baixa de Cassanje como exemplo de patriotismo”, os camponeses e os trabalhadores, que protagonizaram o 04 de Janeiro de 1961, agiram dentro do espírito de rever os seus direitos, como a dignidade, honra, bem-estar, realidade pessoal, autonomia, autodeterminação e independência.
Por esta razão, disse que os angolanos são chamados, no mesmo espírito, ao amor à pátria, através da preservação dos bens públicos e promoção de acções de estabilidade social.
O acto provincial das comemorações do 04 de Janeiro, decorrido sob o lema: “Com o Espírito do 04 de Janeiro, Antigos Combatentes unidos para o desenvolvimento de Angola”, juntou, além dos antigos combatentes, membros do Governo, autoridades policiais, militares, judiciais, eclesiásticas e tradicionais.
O 4 de Janeiro de 1961 representa um marco histórico que atingiu mais de dez mil camponeses da ex-companhia de Algodão de Angola (Cotonang), na Baixa de Cassanje, que foram barbaramente assassinados pelos colonialistas portugueses, por exigência dos direitos de trabalhadores, abolição do trabalhado forçado, isenção de pagamentos de impostos e outros maus-tratos a que estavam submetidos pelo jugo colonial.VKY/PLB