Menongue - O académico Isaac Canjengo defendeu hoje, sexta-feira, que o legado diplomático de António Agostinho Neto, 1º Presidente de Angola, deve ser seguido pela nova geração de políticos, para a solução dos mais variados problemas de nível local e regional.
Ao falar à ANGOP, a propósito do 17 de Setembro, Dia do Fundador da Nação e do Herói Nacional, Isaac Canjengo afirmou que António Agostinho Neto privilegiava o diálogo e a unidade entre os Estados.
Assumiu que um dos grandes problemas actuais é a falta de unidade, que é resultante da falha de diálogo, que tem sido causa dos principais conflitos que acontecem em África, mas que reconhece que a dimensão política de Agostinho Neto ultrapassa as fronteiras territoriais de Angola.
Recordou que Agostinho Neto esteve como centro no palco dos mais altos acontecimentos, ao decidir e influenciar decisões que mudaram o rumo da Região Austral do continente africano.
“ Enquanto académicos, apelamos que se valorize mais o contributo do saudoso presidente para o país e também aquilo que ele deixou como legado às actuais gerações e aquelas que se podem considerar vindouras”, sublinhou.
Isaac Canjengo entende que a determinação de António Agostinho Neto, que junto com os seus homólogos Modibo Keita, Julius Nyerere, Jomo Kenyatta, Thomas Sankara e outros líderes, protagonizou uma ampla mobilização para a concretização das independências de muitos países africanos.
Realçou que, não obstante o alcance da independência em Angola, Agostinho Neto esteve sempre preocupado com a independência dos demais países da região, como ficou provado num dos seus mais conhecidos princípios, segundo o qual “Na África do Sul, no Zimbabwé e na Namíbia está a continuação da nossa Luta”.
Recordou que, durante todo o processo das lutas a favor da independência do continente africano, houve uma coesão sem precedentes dos principais rostos que conduziram o processo nas lideranças africanas.
Conforme enfatizou o académico, a coesão mantida com outros líderes, como Amílcar Cabral, Samora Machel e outros, foi fundamental para que mais países de África alcançassem a autodeterminação. MSM/ALK/FF/PLB