Kinshasa (Dos enviados especiais) - Uma média de 30 registos eleitorais oficiosos são realizados, diariamente, no consulado angolano em Kinshasa, República Democrática do Congo (RDC).
A informação foi prestada pelo chefe do sector consular da Missão Diplomática de Angola em Kinshasa (RDC), Simbi Miguel, país com o qual Angola divide uma fronteira de cerca de dois mil 500 quilómetros.
A par de Kinshasa, Angola também tem representações consulares nas províncias congolesas democratas de Matadi, Katanga e Muanda.
O cônsul de Angola em Kinshasa considerou "boa a adesão" ao processo de actualização de dados, que visa a participação dos eleitores no pleito, previsto para Agosto próximo em Angola.
Esclareceu que o registo eleitoral é feito mediante apresentação do Bilhete de Identidade (BI) nacional.
Simbi Miguel informou que o seu posto consultar já emitiu cerca de dois mil BI angolanos, desde o início do processo no estrangeiro, em Janeiro passado.
Disse que antes da alteração constitucional que permite a votação eleitoral na diáspora, os angolanos eram forçados a viajar a Angola para votar.
Para a obtenção do BI tinham de viajar para as províncias de origem, se pretendiam manter a documentação pessoal actualizada, acrescentou.
Salientou que a actualização de dados consulares é feita mediante a apresentação de documentos válidos, como cédula e certidões de nascimento, BI, mesmo fora do prazo de validade ou provas testemunhais.
Considerou essencial que os angolanos realizem o registo oficioso e tratem o BI, pois o segundo documento a testa o estatuto de cidadão nacional, mesmo estando na diáspora.
Simbi Miguel lembrou, na ocasião, que a comunidade angolana na capital da RDC ronda os 40 mil cidadãos, sendo que a maior parte está sem documentos de identificação, o que dificulta a obtenção de emprego, apesar de terem formação.
Adiantou que a idade desses angolanos varia dos 22 aos 40 anos de idade e destaca a existência de alguns idosos, na sua maioria aposentados.
Angolanos enaltecem empenho do Executivo
Monica Nzuzi, de 48 anos de idade, três dos quais residindo em Kinshasa, diz-se honrada pela oportunidade que a reconhece como cidadã angolana capaz de votar, mesmo fora do país.
Elogia a organização do processo e a facilidade na renovação do BI angolano, sem necessidade de viajar para o país, só para tratar do referido documento.
António Mubuanga Kidienga (40), em formação em Kinshasa, afirmou que a facilidade legal lhe garante a oportunidade de participar no processo democrático.
Kidienga não acredita que fosse ter possibilidade, na qualidade de bolseiro, de criar condições para atravessar a fronteira para votar.
Disse que a participação de angolanos, na diáspora, em eleições transmite a ideia de organização do Estado.
Natália Monteiro, funcionária consular, contou que nas eleições anteriores a maioria dos angolanos residentes na RDC viu-se forçado a atingir o solo angolano para exercer o seu direito de voto.
António Pedro, funcionário consular há mais se 20 anos, enalteceu os ganhos de obter o documento nacional fora do país.
António Pedro acredita que podem estar RDC pouco mais de 50 mil angolanos, a maioria dos quais por legalizar situação migratória e consular.