Luanda – Os jovens devem ter um papel mais actuante no âmbito do novo Acordo de Samoa, com vista a contribuírem no desenvolvimento económico mais inclusivo dos seus países, afirmou, esta terça-feira, em Luanda, a deputada Aia-Eza da Silva.
O Acordo de Samoa é um novo quadro geral de relação entre a UE e os países de África, Caraíbas e Pacífico, abrangendo seis domínios prioritários, nomeadamente a democracia e os direitos humanos, desenvolvimento e crescimento económico sustentável, alterações climáticas, desenvolvimento humano e social, paz segurança e migração e mobilidade.
Assinado oficialmente no dia 15 de Novembro de 2023, em Apia (Samoa), este acordo substitui o de Cotonou, que vigorou entre a UE e os países de África, Caraíbas e Pacífico.
Ao intervir num fórum sobre “A participação dos jovens na parceria renovada: A necessidade de reforçar o emprego jovem e incentivar o empreendedorismo”, a parlamentar referiu que África é um continente maioritariamente jovem, que debate-se por melhores condições de vida, razão pela qual esta franja precisa de ter um papel mais actuante no processo de tomada de decisões.
“Essa juventude debate-se por melhores condições de vida e por um desenvolvimento e crescimento económico mais inclusivo, por falta de emprego e de rendimentos sustentáveis, por isso a juventude precisa de ter um papel mais actuante na parceria que agora se firma”, salientou.
Neste sentido, a também presidente da 5ª Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional defendeu o reforço do intercâmbio entre os jovens dos países membros, de modo a promover a troca de experiência, assim como as boas práticas de governação e da transparência.
Durante o encontro, promovido no quadro da realização da 64.ª Assembleia Parlamentar da OEACP, os jovens dos vários países da organização apresentaram algumas preocupações que os aflige, entre as quais a falta de emprego e de casa própria, assim como dificuldades para a sua formação académica e profissional.
Na ocasião, o estudante universitário Kelvin Barros considerou o encontro bastante positivo, por permitir expor as ideias da juventude aos parlamentares da OEACP, advogando a necessidade dos Estados membros encontrarem soluções locais, de acordo com a realidade de cada país.
Parlamentares da OEACP debatem sobre violência no género
Entretanto, os deputados da OEACP participaram, esta terça-feira, numa palestra sobre “Violência do género: A luta para proteger as mulheres e meninas”.
Na ocasião, a directora provincial da Adra em Benguela, Cecília Kitombe, defendeu maior aposta na educação inclusiva como forma de se combater este fenónemo.
De acordo com a prelectora, a violência no género deve ser abordada de maneira transversal, quer a nível comunitario, quer conjugal, nas comunidades e no ensino, com vista a se encontrar as melhores formas de se proteger as mulheres e meninas.
“A violência baseada no género foi normalizada. Estudos em Angola monstram que os homens podem bater na mulher caso ela não cumpra a sua palavra, caso ele tenha ciúme ou se ela não cozinhar. Estamos a falar de comportamentos e atitudes que hoje já não se justificam, por isso temos que combater este mal para protegermos as nossas mulheres”, realçou.
Por sua vez, a deputada moçambicana Alsácia Sardinha lembrou que a violência domésta afecta socialmente a família, em particular, e o país, pondo em causa os direitos da mulher.
Fez saber que o seu país está bastante avançado em matéria de paridade de género, com a participação activa das mulheres na política e em outras áreas.
“Em Moçambique temos mulheres a participar activamente na política e a assumirem cargos de direcção em vários sectores. A nível do Governo já se atingiu esta paridade de 50% de homens e mulheres e deverá ser extensiva a nivel provincial, distrital, até às estruturas mais básicas”, acrescentou. MCN