Luanda – O Presidente dos EUA, Joe Biden, está “muito entusiasmado” com a visita que efectua a Angola de 2 a 4 de Dezembro e escolheu o país por ser líder regional e em reconhecimento das grandes transformações operadas nos últimos anos.
O facto foi expresso, esta terça-feira, pela assistente especial do Presidente norte-americano e directora sénior para assuntos africanos no Conselho de Segurança Nacional, Frances Brown, em conferência de imprensa, em Washintgon, para abordar a agenda da visita de Biden.
“Estamos muitos entusiasmados. O Presidente Biden principalmente está muito”, realçou.
Frances Brown reconheceu que a transformação de Angola acelerou-se nos últimos 13 anos, sendo que em 2023, o comércio entre os Estados Unidos e Angola atingiu 1.700.000 dólares.
Apontou igualmente os desafios em relação à paz e à segurança na República Democrática do Congo, para além das oportunidades económicas na região e da cooperação tecnológica e científica.
Enumerou três principais objectivos da visita Biden a Angola, sendo que o primeiro está relacionado com a exploração do comércio e a construção de infraestruturas em África, o segundo ligado à liderança de Angola e a sua parceria global sobre comércio, segurança e saúde.
O terceiro, de acordo com a alta funcionária da Casa Branca, tem a ver com o reforço da cooperação entre Angola e os EUA, marcada nos últimos anos por avanços significativos.
Ao debruçar-se sobre a agenda do Presidente Biden, informou que vai reunir-se bilateralmente com o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, para abordar assuntos atinentes à cooperação nos domínios das infra-estruturas, clima e saúde.
Asseverou que, apesar de Biden se encontrar em fim de mandato, está focado em várias iniciativas, entre as quais o Corredor do Lobito, um plano dos Estados Unidos, países europeus e outros parceiros do sector privado, traduzido num investimento estratégico.
Para Frances Brown, trata-se de uma linha ferroviária que vai transportar minerais, mas também significa acesso à educação e à movimentação de produtos agrícolas para o mercado, entre outras actividades.
Informou que o Chefe de Estado vai também dedicar tempo a encontros com algumas entidades do sector privado, que representam os interesses das várias comunidades do país.
Sem adiantar detalhes, deu a conhecer que Joe Biden vai fazer vários anúncios, “mas podemos esperar que o presidente se enfoque em expandir várias áreas de parceria com Angola”.
Porém, explicou que haverá um anúncio sobre o Corredor do Lobito, uma vez que já estão mobilizados mil milhões de dólares para essa iniciativa.
“Podemos esperar também outras questões relacionadas com a segurança e saúde e outras como a segurança alimentar e preservação da herança cultural angolana”, disse a assistente do Presidente norte-americano.
Outras áreas que deverão merecer o reforço do investimento norte-americano em Angola são as de paz e segurança, bem como do clima.
Cooperação com África
A interlocutora realçou ainda que a visita reforça a contínua aposta na parceria com África, incluindo a concretização de investimento em infra-estruturas comerciais em toda região e a forma como têm colaborado para resolver os desafios partilhados e benéficos para os povos dos Estados Unidos e do continente africano.
Frisou que no governo Biden e Harris foi publicada uma estratégia sobre as contribuições para África e também a relação dos Estados Unidos com o continente até ao próximo século.
Nesta senda, explicou que na Cimeira sobre Liderança em 2022, os EUA anunciaram que iriam investir 55 mil milhões de dólares nos próximos anos, sendo que, volvidos dois anos, mais de 80% desse compromisso já foi cumprido.
“São investimentos históricos para os tempos actuais e oferecem oportunidades económicas para todas as comunidades em África”, asseverou.
Realçou que o seu país promove África, inclusive no G20 e nos conselhos de instituições financeiras. “Tivemos várias viagens a nível superior dos dirigentes dos Estados Unidos a África, incluindo várias agências do Departamento de Estado nos últimos dois anos”. ART