Harare (Do enviado especial) - Os Estados-membros da SADC estão a dar passos “bastante concretos” na eliminação de barreiras e restrições à circulação de pessoas e bens na região, admitiu este sábado o Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
João Lourenço disse acreditar que a efectiva e próspera integração da região austral do continente passa pela facilidade de circulação de pessoas e bens.
“Ao facilitar a circulação de pessoas pelas nossas fronteiras, podemos promover o crescimento económico, o desenvolvimento social e o intercâmbio cultural entre os Estados-Membros”, referiu o Presidente durante o seu discurso na 44ª da Cimeira da SADC, que teve lugar em Harare, Zimbabwe.
É consciente deste facto que disse ter notado que, no ano transacto, continuou-se a desenvolver esforços importantes tendentes a ampliar as facilidades relativas à circulação de pessoas, bens e serviços em toda a região.
Deste modo, referiu, alguns Estados-Membros instituíram isenções de visto entre si, enquanto outros aboliram completamente a obrigação de visto para todos os Estados-Membros da SADC.
Para João Lourenço, é animador constatar-se que estão todos a dar passos bastante concretos na eliminação de barreiras e restrições no âmbito da circulação de pessoas e bens na região, destacando a colaboração que se regista entre todos os Estados Membros da SADC, relativamente à criação de Postos Fronteiriços de Paragem Única (PFPU), com o objectivo de racionalizar e facilitar a mobilidade entre nós.
Apontou que foram criados vários Postos deste género em localidades situadas na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe, entre o Botsuana e a Zâmbia, entre o Malawi e a Zâmbia e entre a Tanzânia e a Zâmbia, o que, no seu conjunto, ajuda a criar condições para tornar mais fácil o movimento de pessoas, o comércio intrarregional e outros factores importantes para o desenvolvimento, de que destacou o custo dos transportes na zona.
Também se inscreve no quadro deste esforço, prosseguiu, o Corredor do Lobito, uma importante infra-estrutura angolana que vai permitir a ligação da República Democrática do Congo e da República da Zâmbia ao Oceano Atlântico, por onde escoarão matérias-primas, bens e serviços, em condições economicamente mais favoráveis e mais competitivas.
Sublinhou que esta facilidade vai criar dinâmicas que ajudarão a estimular o crescimento económico, não só dos três Estados Membros directamente ligados a ela, mas também dos restantes países que compõem a SADC.
Acrescentou que aos factores de desenvolvimento a que se referiu, dão ênfase à questão do turismo, que registou um abrandamento bastante significativo durante o período da COVID-19, mas que tem vindo a registar desde então um aumento expressivo, tendo recuperado o seu lugar como um dos mais importantes sectores contributivos para o PIB e o crescimento económico da região.
A reunião foi marcada pela transferência da Presidência da SADC ao Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, para os próximos 12 meses.
A 44ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) arrancou, este sábado, em Harare, com elogios do secretário executivo da organização aos esforços de Angola para a pacificação e o desenvolvimento económico da região.
A sessão de abertura teve ainda o discurso inaugural do Presidente da Namíbia, Nangolo Mbumba, em cumprimento da tradição da SADC que reserva um assento na lista das intervenções de cada cimeira para o Presidente da República que participa no evento pela primeira vez, desde a chegada ao poder. IZ/ART