Dubai (Do enviado especial) - O Presidente da República, João Lourenço, presidiu este sábado, no Dubai, Emirados Árabes Unidos, o Fórum de Alto Nível sobre a iniciativa da Grande Muralha Verde da África Austral, com foco na mitigação dos fenómenos ambientais na região.
Com o lema "ampliando uma ambição africana para resolver questões mais prementes do mundo”, o projecto promove a integração dos países membro sobre questões ambientais, como luta contra a desertificação, degradação dos solos e a insegurança alimentar.
Na sua declaração, João Lourenço considerou que a região tem um grande potencial para contribuir num futuro sustentável e próspero, tendo em conta a sua população jovem a crescer.
Anunciou que, sobre a presidência de Angola, em 2024, a SADC vai apostar no capital humano e financeiro, como catalisador da industrialização sustentável da parte austral do continente.
Ladeado do presidente do Zimbabwe, Emerson Mnagagwa, o Chefe de Estado angolano disse que com a iniciativa da Grande Muralha Verde da SADC a região vai ganhar impulso, pois existe um grande potencial para atrair investimentos em prol da causa ambiental.
Lembrou que a mesma foi aprovada pelos ministros do Ambiente e dos Recursos Naturais da SADC, em 2015, e foram feitos progressos no desenvolvimento da estratégias de implementação da iniciativa com a maior parte dos membros a finalizar os seus planos de acção nacionais.
A margem da COP 28, apelou aos países membros a mostrarem um forte compromisso político para melhorar a integração regional, com vista a cooperarem mais em diferentes sectores.
Financiamentos
Na qualidade de presidente em exercício da SADC, pediu aos parceiros mais financiamentos para desencadear acções concretas, no terreno, antes da próxima Cimeira de Chefes de Estados.
Deu a conhecer que estudos panorâmicos do financiamento indicam que África necessita de cerca de 277 mil milhões de dólares anuais para cumprir as metas climáticas para 2030.
Explicou que a região da África Austral apresenta a maior lacuna de financiamentos em termos absolutos, embora o caso varia de país para país.
As perspectivas africanas de 2023, sublinhou, são péssimas, já que só Angola tem necessidades de financiamento climático de 44 mil milhões de dólares para 2021-2025 para estimular a sua agenda de crescimento verde.
Acrescentou que "os 27 mil milhões de dólares indicativos para a implementação da Iniciativa da Grande Muralha Verde da SADC não estão perto das necessidades de financiamento na região, portanto precisamos de aumentar o nosso orçamento".
Para além deste discurso, João Lourenço leu a sua declaração nacional como Chefe de Estado convidado da Cúpula Mundial de Acção Climática da COP 28.
Ainda hoje encontrou-se com o seu homólogo malgaxe, Andry Rajoelina, e recebeu em audiência o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada.VIC/VC