Seoul (Do enviado especial) – O Presidente da República de Angola, João Lourenço, pediu, esta terça-feira, maior frontalidade e coragem da comunidade internacional na gestão das crises mundiais.
João Lourenço falava durante o banquete oficial oferecido pelo Presidente da República da Coreia, Yoon Suk-Yeol, no quadro da sua visita oficial de dois dias a este país asiático.
Na sua intervenção, disse que "vivemos num mundo cada vez mais conturbado", com conflitos antigos que não se resolvem e outros novos que vão surgindo, um pouco por todas as regiões do nosso planeta.
Por este facto, defendeu ser tempo de se mobilizar a comunidade internacional para se encarar esses problemas "com frontalidade e com coragem" para se lhes dar solução, de modo a evitar que se eternizem ou que recrudesçam, "ao ponto de degenerarem em conflitos de dimensão global”.
Neste contexto, considerou que os esforços que estão a ser envidados por este país no sentido de aliviar a tensão que paira sobre a península coreana devem ser encorajados, por considerar que só a via do diálogo e do entendimento entre os povos e as nações contribuirão para o fim dos conflitos, por mais intrincados que sejam.
Para o estadista, esta deve ser a perspectiva a considerar na abordagem dos diferendos que subsistem actualmente, em cujo contexto "incluo a invasão da Ucrânia pela Rússia, que merece uma solução que salvaguarde a integridade da nação ucraniana".
Disse ainda que se tem assistido, com preocupação, ao grave conflito que ocorre no Médio Oriente entre Israel e Palestina, que tem vindo a ter amplas repercussões regionais, com risco de escalar para uma preocupante confrontação entre vários países dessa zona, o que "já começa a acontecer com a intervenção militar directa de outros actores".
Estes aspectos, salientou, devem ser objecto de atenção e de preocupação muito especial por parte de toda a comunidade internacional, de modo a agir-se para que Israel e o Irão mantenham a máxima contenção possível.
"Estamos conscientes de que não haverá solução para o problema do Médio Oriente se não se tiver em conta os interesses do povo palestino e o seu direito à autodeterminação e à criação do Estado palestino independente e soberano", disse.
Já em relação ao continente africano, disse que se continua a lutar contra as mudanças inconstitucionais de poder e o terrorismo em alguns dos países, nomeadamente na região do Sahel e da África Ocidental e Central.
Frisou ainda que a situação no Sudão e na República Democrática do Congo (RDC) se afigura bastante preocupante, a julgar pelo elevado número de mortos, feridos, deslocados internos e refugiados que criam, pela grande destruição das infra-estruturas e roubo dos recursos minerais e outras riquezas nacionais.
"Temos vindo a trabalhar no sentido de ajudar esses países a encontrar os caminhos do diálogo para se alcançar a paz duradoura e poderem, assim, se dedicar ao desenvolvimento económico e social dos respectivos países e das comunidades regionais em que estão inseridos", concluiu. VIC/SC