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João Lourenço pede financiamento às actividades de paz e segurança

     Política              
  • Luanda • Sábado, 18 Fevereiro de 2023 | 20h55
Presidente da República, João Lourenço
Presidente da República, João Lourenço
Joaquina Bento - ANGOP

Adis Abeba (Dos enviados Especiais) - O Presidente da República, João Lourenço, defendeu, este sábado, em Adis Abeba, Etíopia, a necessidade urgente de um financiamento adequado e sustentável às actividades de paz e segurança em África.

O Estadista angolano, que interveio hoje no primeiro dia de sessões da Cimeira da União Africana, que decorre em Adis Abeba, considerou preocupantes os efeitos dos conflitos políticos, da intolerância religiosa, étnica e cultural e da fragilização das instituições do Estado. 

João Lourenço, que preside à Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), e é o medianeiro da União Africana (UA) na crise entre o Rwanda e a RDC, disse ser necessário que as forças em Operações de Apoio à Paz consigam desenvolver a sua acção sem dificuldades. 

Defendeu, com efeito, a cabal operacionalização do Fundo de Paz da União Africana e do Mecanismo de Reserva de Crise, "de modo a que reduzamos a dependência externa do bloco africano em matéria de segurança e manutenção da paz, abrindo caminho à aplicação de soluções africanas para os conflitos no continente". 

Por outro lado, considerou fundamental a adopção de formas de governação em África cada vez mais participativas, inclusivas e que sejam genuínas, de modo a reforçar a confiança nas instituições e contribuir para a promoção de uma cultura africana de paz, e de respeito pelos princípios dos direitos humanos. 

"Devemos procurar implementar políticas nacionais de ensino que incluam a educação para a paz e tolerância à diversidade, promovendo e divulgando valores, atitudes e comportamentos que reflictam o respeito pela vida e dignidade do ser humano", enfatizou. 

Disse estar convencido "que, se trabalharmos em conjunto e com foco no que pretendemos de bom para o nosso continente, conseguiremos alcançar em pouco tempo este importante objectivo da Agenda 2063 da União Africana e criar as bases para o crescimento e desenvolvimento económico de África". 

Crise económica e social 

O Estadista manufestou profunda
preocupação com o facto de África continuar a viver uma grave crise económica e social, agravada pela pandemia da Covid-19 e com os efeitos dos conflitos políticos, da intolerância religiosa, étnica e cultural e da fragilização das instituições do Estado. 

Entende que as ameaças de instabilidade decorrentes destas tendências sócio-económicas deveriam requerer iniciativas políticas pragmáticas no quadro das perspectivas da paz e segurança do continente para 2023. 

Fez saber que nesta última década, agravou-se a instabilidade em África em resultado da intensificação das acções terroristas, do extremismo violento e das mudanças inconstitucionais de governos democraticamente eleitos, resultantes, muitas vezes, da não aceitação dos resultados saídos das urnas por parte de alguns concorrentes. 

Esta situação, disse, "justifica a urgência de trabalharmos de forma conjugada, visando a busca dos melhores mecanismos, que nos ajudem a cumprir, com maior celeridade, as resoluções, medidas e decisões saídas dos vários encontros sobre a matéria, realizados no nosso continente". 

Na discussão de temas sobre a Paz e Segurança em África e os caminhos que devem levar ao silenciar das armas no continente, o Presidente João Lourenço defendeu a necessidade de se trabalhar de maneira conjugada para mais rapidamente se conseguir concretizar as medidas aprovadas em vários foruns a respeito de tal temática. 

Felicitou o comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da Comissão da União Africana, Bankole Adeoye, "pela excelente apresentação dos Relatórios sobre as Actividades do Conselho de Paz e Segurança, com ênfase para a esclarecedora abordagem feita sobre as ameaças comuns que entravam a paz e segurança em África. 

"Pelos conteúdo dos relatórios apresentados, percebemos que existe uma maior complementaridade entre a UA, as Comunidades Económicas Regionais e os Mecanismos Regionais, através de um melhor alinhamento de interesses e objectivos, tendo em perspectiva a realização das metas traçadas na Agenda 2063, para que o continente se torne livre de armas num curto espaço de tempo (...)", vincou.   DC/AL/ADR





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