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João Lourenço “desbrava” desertos de Omã em busca de investimento

     Política              
  • Luanda • Quarta, 18 Dezembro de 2024 | 20h02
Vista parcial da cidade de Mascate (Omã)
Vista parcial da cidade de Mascate (Omã)
Hermanegildo Comanzala-ANGOP

Mascate – Angola e Omã estão determinados a dar passos concretos para efectivar a cooperação bilateral, sete meses após a assinatura dos três primeiros acordos, em Luanda.

Por António Tavares, enviado especial da ANGOP

Este é o principal objectivo da visita de 19 a 20 deste mês do Presidente da República, João Lourenço, ao país da Península Arábica, focada na atracção do investimento estrangeiro para a diversificação da economia.

A 17 Maio deste ano, as partes davam os primeiros passos de uma cooperação que se quer próspera e duradoura, com a assinatura, em Luanda, de três acordos de nos domínios financeiro, agrícola e da indústria transformadora.

A cerimónia decorreu no Palácio Presidencial, na capital angolana, depois de um encontro na véspera entre o chefe de Estado angolano e o príncipe herdeiro do sultanato de Omã, Sayyid The-Yazin Haitham Al Saïd.

Era a primeira visita de uma delegação oficial do sultanato omanense a Angola e, por isso, gerou expectativas quanto ao estreitamento das relações de amizade e cooperação entre os dois países nos domínios assinados e em outros campos de interesse mútuo.

Os acordos rubricados visam fortalecer a cooperação económica e tecnológica, promovendo o desenvolvimento e a diversificação da economia em ambos os países.

A colaboração no sector petrolífero e mineiro tem relevância significativa, neste processo, dado o papel crucial do "ouro negro" nas economias de Angola e Omã.

Um dos passos importantes nesta direcção foi a parceria que o Governo angolano assinou, recentemente,  com o Maden Investment Group CC (MIG CC), uma empresa subsidiária do Fundo Soberano do Sultanato de Omã.

Nos termos dessa parceria, o Executivo angolano cedeu os direitos de prospecção, exploração e comercialização de diamantes nos kimberlitos Luele e Catoca, respectivamente nas províncias das Lunda-Norte e Lunda-Sul, após o fim do vínculo com a Alrosa, sociedade anónima russa.

Este acto representou um passo estratégico para o fortalecimento das relações bilaterais, permitindo que Angola e Omã partilhem conhecimentos e recursos para enfrentar desafios comuns e explorar novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento.

Portanto, tudo indica que as partes querem andar rápido, e esta visita do Presidente João Lourenço, por sinal a primeira de um estadista angolano ao sultanato, revela a importância desta parceria no contexto das acções de diplomacia económica e atracção de investimentos.

Vantagens mútuas

Omã e as suas instituições também vêem com bons olhos esta oportunidade para sinalizar a vontade de realizarem investimentos em Angola nos mais variados domínios.

Por seu turno, Angola encara com grande expectativa esta cooperação nascente e tem todo o interesse em estreitá-la, sobretudo no domínio da agricultura, numa altura em que a segurança alimentar domina o vocabulário do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), principalmente para dar mais conforto às famílias angolanas.

Tal como Angola, Omã depende principalmente do petróleo e do gás para sustentar a sua economia.

No entanto, a sua política de desenvolvimento económico enfatiza, a exemplo do parceiro angolano,  cada vez mais o investimento nos sectores agrícolas e pesqueiros como vitais para expandir a sua contribuição não petrolífera ao Produto Interno Bruto (PIB).

Os principais destes produtos são as frutas e os vegetais.

O tamanho do mercado de frutas e vegetais de Omã foi estimado em 1,52 bilhões de dólares, em 2023, e deverá atingir os 2,11 bilhões de dólares até 2028.

Por seu turno, Angola é um país com inúmeras potencialidades, mas o seu crescimento económico tem sofrido com o legado da guerra civil e a pouco equilibrada exploração dos seus recursos naturais.

A agricultura contribui, em média, apenas 5,5% ao seu PIB, mas 44% dos angolanos empregados trabalham no sector.

Cerca de 80% dos agricultores são pequenos proprietários e enfrentam muitas dificuldades, como o desconhecimento de práticas agrícolas mais eficientes e a nova tecnologia agrícola, fraco acesso a serviços de extensão, sementes e fertilizantes e escassa informação de mercado.

O país tem todas as condições climáticas e humanas para contribuir  para a estratégia da segurança alimentar e vê neste intercâmbio com Omã, a exemplo do que acontece com outros países, uma oportunidade para ultrapassar algumas insuficiências do sector agrário.

Agenda diplomática

Esta é mais uma etapa da intensa agenda da diplomacia económica do Presidente João Lourenço que, desde que assumiu o comando do país, em 2017, tem desbravado novos destinos, como já foram também os casos do Qatar e dos Emirados Árabes Unidos, sempre em busca de financiamento para a economia angolana.

Três eixos orientaram os desdobramentos que levaram o Presidente a fazer longas e sucessivas viagens a países da América do Norte e da América Latina, da Europa, da Ásia, do Médio Oriente e de África.

Internamente, as autoridades angolanas fizeram progressos significativos na estabilidade macroeconómica e nas reformas estruturais.

Angola cumpriu algumas das suas principais reformas, incluindo no domínio da prevenção e combate ao branqueamento de capitais, assim como no plano dos seus programas de privatização, recapitalização do sector bancário, reformas monetárias e cambiais, dos subsídios e da gestão das finanças públicas.

À medida que o país procura diversificar a sua economia para além do petróleo e do gás, os sectores potenciais com oportunidades incluem agricultura, bebidas, electricidade, imobiliário, indústria manufactureira, mineração, turismo, energias renováveis, transportes e seguros. ART/IZ





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