Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, discursou terça-feira na 79ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, EUA, onde defendeu, entre outros, a reforma da ONU e a prevenção e resolução de conflitos no mundo.
Na sua intervenção, o Chefe de Estado angolano enfatizou a necessidade de uma premente reforma do Conselho de Segurança da ONU e das instituições financeiras internacionais saídas de Breton Woods, para dar voz aos países de África, da América Latina, do Médio Oriente e do sub-continente Indiano.
João Lourenço transmitiu o desejo de África ajudar na construção de uma nova arquitectura financeira internacional, falou dos progressos de Angola na luta contra a corrupção e das prioridades do Plano de Desenvolvimento Nacional.
Falou, igualmente, das acções do Governo angolano para a melhoraria do quadro social nacional e a criação de factores que potenciam o desenvolvimento da indústria e da agricultura, enveredando, sobretudo, pela via da electrificação do país.
Eis algumas frases-chave do discurso do Presidente da República:
“Estamos firmemente empenhados em não deixar ninguém para trás, actuar em conjunto para a promoção da paz, do desenvolvimento sustentável e da dignidade humana para as gerações presentes e futuras”.
“Assistimos hoje a uma tentativa de se esvaziar, ignorar ou mesmo substituir o papel e a importância das Nações Unidas nas grandes questões que afligem a Humanidade, nomeadamente aquelas que têm a ver com a paz e segurança universais”.
“O imperativo do multilateralismo deve prevalecer como o único quadro verdadeiramente capaz de salvaguardar os interesses comuns a toda a Humanidade, em cujo âmbito devemos reafirmar o nosso resoluto compromisso com a diplomacia, o diálogo inclusivo e o recurso a meios pacíficos para a resolução de conflitos”.
“Estamos a colocar em benefício da paz em África, a experiência adquirida por Angola com a resolução do seu conflito interno que após várias décadas ficou resolvido de forma definitiva por via de um diálogo inclusivo entre as partes beligerantes”.
“Preocupa-nos muito seriamente a situação que prevalece no Sudão, onde se desenrola uma guerra violenta com consequências humanitárias de proporções dramáticas perante uma certa apatia da comunidade internacional, que deve procurar convergir os seus esforços e agir em coordenação com a União Áfricana, no sentido de se promover e se alcançar a paz duradoura”.
“Aprendemos com o nosso próprio conflito que não há paz sem diálogo e não há paz sem concessões de parte a parte. Este é um caminho que não pode ser negligenciado no contexto de todos os esforços a desenvolver, para se resolverem as graves crises de segurança que o mundo enfrenta actualmente”.
“Aproveito esta ocasião para apelar mais uma vez à necessidade de se pôr fim ao embargo contra Cuba e às sanções contra o Zimbâbwe, actual Presidente em exercício da nossa comunidade económica regional, a SADC, por serem injustas e desumanas, por aumentarem o sofrimento de seus povos e entravarem sobremaneira o desenvolvimento económico e social daqueles países”.
"Precisamos de analisar aonde falhámos e quê medidas colectivas devemos tomar para tornar mais actuante e activa a intervenção das Nações Unidas na busca de soluções que concorram para a prevenção dos conflitos, o reforço da paz e da segurança mundial, o reforço do comércio e da cooperação internacional, para garantir a prosperidade das nações e o bem-estar dos povos do nosso planeta".
“Pretendemos ser parte da construção de uma nova arquitectura financeira internacional, em cujo âmbito se impõe uma colaboração mais estreita entre os Estados, com vista a um combate efectivo ao fluxo ilícito de capitais e à recuperação dos activos, que é muitas vezes incompreensivelmente dificultada pelos países que detêm os fundos sob seu controle”.
"A República de Angola estabeleceu parcerias ao nível internacional para garantir a operacionalização do Caminho de Ferro de Benguela, dos portos mineraleiro e comercial do Lobito no quadro do grande projecto transnacional de transporte e de logística do Corredor do Lobito".
“Os investidores interessados têm agora a oportunidade de vender energia eléctrica produzida em Angola aos clientes das zonas de exploração mineira da RDC e da Zâmbia, assim como aos países da SADC no geral, com destaque para o maior consumidor industrial e doméstico que é a África do Sul”.
“A República de Angola é um país hospitaleiro, aberto ao mundo e sempre disponível para funcionar como parceiro proactivo para ajudar no incremento da cooperação global, em prol do desenvolvimento e da implementação das acções conjuntas e complementares, que ajudem a responder aos desafios permanentes do combate ao terrorismo internacional e de outras ameaças à paz, à segurança mundial e ao desenvolvimento sustentável”.
“Vamos por isso continuar a lutar com todas as nossas forças para a recuperação dos activos desviados do erário público e que muita falta fazem para a construção de infra-estruturas escolares, hospitalares, de energia e água, rodoviárias, entre outras”. DC