Nairobi (Dos enviados especiais) - O Presidente da República, João Lourenço, manifestou, este sábado, em Nairobi, Quénia, confiança no restabelecimento da paz nos Grandes Lagos.
O Chefe de Estado angolano na qualidade de presidente em exercício da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), de campeão da Paz e Reconcialião da União Africana e de mediador tem levado a cabo um conjunto de iniciativas para acabar, principalmente, com as tensões entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda.
Falando em conferência de imprensa, no quadro da visita oficial ao Quénia, referiu que os dois países têm vindo a trabalhar de forma conjunta no sentido de alcançar este propósito.
Referiu que se trata de um processo complicado, mas não impossível e por essa razão “estamos optimistas que vamos conseguir encontrar a paz não apenas para a RDC, mas em toda região dos Grandes Lagos.
Adiantou que este conflito afectou, lamentavelmente, as boas relações entre a República Democratica do Congo (RDC) e o Rwanda.
“Estamos em conjunto a trabalhar no sentido de revertemos a situação, pois até aqui, verificamos resultados positivos, mas chegamos a um ponto em que não podemos parar, pois precisamos dar o passo seguinte", reforçou.
Em relação ao impasse, o Estadista angolano disse que o mesmo tem a ver com o acantonamento do M23.
Enquanto isso, disse, se não for conseguido corremos o risco dos ganhos alcançados até aqui poderem vir a perder-se, porque o que foi conseguido foi à custa de um grande sacrifício de todos, nomeadamente, dos mediadores, autoridades congolesas, Rwanda e do M23.
Clarificou que os processos de Luanda e Nairobi, detalhando que Angola recebeu da União Africana mandato para lidar apenas com o caso M23, enquanto o Quénia deve actuar com assuntos relacionados com os outros grupos rebeldes.
Angola, no âmbito da Conferência Internacional da Região doa Grandes Lagos (CIRGL), tem estado a facilitar o diálogo entre as partes que permitiu a adopção do Roteiro de Luanda sobre o processo de pacificação da região leste da RDC.
No quadro do Roteiro de Luanda, foi adoptado o plano de acção conjunto para a resolução de crise de segurança no leste da RDC, no âmbito do qual ficou acordado o acantonamento dos elementos do M23 em território congolês e o início do repatriamento de todos os refugiados bem como do processo de desarmamento e reinserção.
Angola, enquanto mediador do processo, comprometeu-se em desdobrar um contingente das Forças Armadas Angolanas (FAA), para garantir a segurança dos elementos do M23 nos centros de acantonamento.
Fazem parte da CIRGL Angola, RDC, República Centro Africana (RCA), República do Congo, Quénia, Rwanda, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda e Zâmbia.
O Presidente da República, João Lourenço, terminou, este sábado, uma visita de dois dias ao Quénia, a convite do seu homólogo, William Ruto, no quadro do reforço da cooperação. ART/VIC/ADR