Rio de Janeiro (do enviado especial)- O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, alertou, esta terça-feira, no Brasil, para maior sensibilidade dos parceiros internacionais com reconhecida robustez financeira, tecnológica e científica, para se engajarem mais na luta contra as alterações climáticas.
O Presidente da República intervinha na 19.ª Cúpula do G20, “3ª Sessão: Desenvolvimento Sustentável e Transição”, que decorre desde segunda-feira no Rio de Janeiro.
Apelou-os para fazer subvenções adicionais distintas da ajuda pública ao desenvolvimento, não devendo prejudicar a assistência a outras necessidades ligadas ao crescimento económico e ao progresso.
“Países que estão em processo de crescimento e desenvolvimento necessitam de um apoio adequado, consistente e atempado, através da disponibilização de recursos financeiros e de tecnologias que lhes permitam fazer face à desertificação, à degradação dos solos, à seca e a outros fenómenos críticos que afectam a implementação bem-sucedida de programas de adaptação e mitigação dos efeitos decorrentes das alterações climáticas”, sustentou.
Na visão do estadista, so realizando este esforço de uma maneira partilhada será possível enfrentar o sério problema da degradação ambiental, que já vai deixando, de forma muito evidente, sinais preocupantes sobre os seus efeitos devastadores, como o ocorrido recentemente no leste e sul de Espanha, na costa sul e leste dos EUA, na Itália ou em Angola na região sul.
Afirmou que a preocupação sobre os esforços a ser desenvolvidos para se garantir o Desenvolvimento Sustentável deve ser abordado numa perspectiva não circunscrita apenas à questão do ambiente desassociado de outros factores como o da dívida externa por vezes incomportável, que, por fragilizar a capacidade de intervenção dessas nações.
Argumentou que deve ser tratada pelos países e instituições credoras com um profundo sentido de solidariedade e de justiça. Senhor Presidente.
O Presidente realçou que, mesmo com estes condicionantes, Angola não cruzou os braços e tem vindo a levar muito a sério o seu programa de acção climática, de modo a contribuir de forma efectiva para a redução dos efeitos adversos da poluição ambiental.
Deu a conhecer aos presidentes do G20 que Angola está a empreender um grande esforço para observar, com rigor, nos programas de desenvolvimento que tem vindo a delinear, as mais importantes decisões e recomendações sobre a preservação ambiental, embora faltem recursos financeiros, meios tecnológicos e recursos humanos suficientes e convenientemente preparados para lidar com este problema.
O Presidente da República vincou que em Angola e em África, de uma maneira geral, existe uma vontade política firme de assumir um conjunto de iniciativas fundamentais para se conseguir alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável consagrados na Agenda 2030 das Nações Unidas.
Chefe de Estado angolano participa pela primeira vez numa Cúpula do G20, concretamente na 19.2
Cimeira das 19 principais economias do mundo, às quais se associam a União Europeia e a União Africana, no Rio de Janeiro, Brasil.
A participação corresponde a um convite do Brasil, extensivo a Portugal, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para participarem no encontro, além da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A presidência brasileira acredita que estes Estados tem uma palavra a dizer sobre "Inclusão Social e Combate à Fome e à Pobreza", "Transição Energética e Desenvolvimento Sustentável" e "Reforma das Instituições de Governação Global", eleitas como questões prioritárias. ADR/ART