Luanda – O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, afirmou hoje ser um dever acreditar, sem hesitações, na juventude, disponibilizando oportunidades reais de participação activa na construção das sociedades para solidificar uma cultura de paz duradoura e resiliente.
O Estadista angolano discursava esta quarta-feira na cerimónia de abertura da III Edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz - Bienal de Luanda, na capital angolana, com a participação de mais de 850 convidados, evento que decortrerá até sexta-feira (24).
De acordo com João Lourenço, é um dever criarem-se espaços de diálogo em que os jovens devem ser escutados, entendidas as suas ideias e integrar as suas contribuições para lhes permitir que sejam actores de mudanças virtuosas.
“Acredito que se conseguirmos, com algum esforço, alcançar este desiderato, teremos, certamente, conseguido, também, preparar cidadãos aptos para aceitar o confronto de ideias em lugar de partir para a confrontação na base de ideias divergentes”, sublinhou.
É nesta perspectiva que o Presidente da República atribui “uma importância fulcral ao diálogo intergeracional”, que, acrescentou, se tornou uma referência central da bienal.
A seu ver, este diálogo intergeracional permite estabelecer um intercâmbio de ideias e um espaço de diálogo dentro do qual a combinação entre a sabedoria e experiência dos mais velhos e a energia criativa dos jovens pode ajudar a fazer a passagem suave e tranquila do testemunho de uma geração para outra.
João Lourenço referiu que o continente africano é habitado por uma população maioritariamente jovem que tem, naturalmente, um conjunto de aspirações e expectativas, quanto ao seu futuro o qual se deve procurar atender, considerando-se, sempre, o seu papel de força motriz da mudança, da evolução do progresso, do desenvolvimento, da construção das sociedades criativas e inovadoras.
“A própria natureza dos jovens tem dinâmicas próprias e gera abordagens e visões diferentes em função de cada grupo geracional, facto que deve ser sempre observado, com muita atenção, para que se percebam as necessidades e exigências de cada tempo”, disse.
Realçou a necessidade de serem encontradas soluções, na medida do possível, “para se evitar tensões sociais e posturas muitas vezes permeáveis a ideias nocivas e a comportamentos social e civicamente pouco aceitáveis”.
Por outro lado, no capítulo da inclusão, o Chefe de Estado angolano afirmou que já não há espaço a visões redutoras sobre o lugar da mulher nas nossas sociedades, nas quais assumem um papel cada vez mais actuante e reconhecidamente eficaz na execução das suas responsabilidades profissionais.
João Lourenço considerou que, na sua condição de mães, podem (as mulheres) transformar-se em verdadeiras arquitectas de um mundo de harmonia, de paz, de respeito, de tolerância, de compreensão e de amor.
A Bienal de Luanda conta com as presenças dos Presidentes de Cabo Verde, José Maria Neves, São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, e da Etiópia, Sahle-WorkZewed, bem como o Vice-Presidente da Namíbia, Nangolo Mbumba, e da Primeira-Ministra da Guiné Equatorial, Manuela RokaBotey.
A Bienal de Luanda serve como plataforma de implementação do "Plano de Acção para uma Cultura de Paz em África - Actuemos pela paz", adoptado em Março de 2013, na capital angolana, no Fórum Pan-Africano "Fontes e Recursos para uma Cultura de Paz". ADR