Luanda - A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, ressaltou a importância da homenagem ao antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, por ter sido um político construtor de pontes e promotor da paz e da reconciliação nacional.
Luísa Damião falava à imprensa pouco depois de ter assinado o livro de condolências em homenagem a José Eduardo dos Santos, falecido na sexta-feira, em Barcelona, Espanha.
Aditou que José Eduardo dos Santos também notabilizou-se como um hábil diplomata desde o tempo da guerra fria.
Lembrou que do seu empenho pessoal no processo de pacificação de Angola valeu o cognome de "Arquitecto da paz" a este político de craveira internacional.
Por sua vez, o antigo Primeiro-ministro e Presidente da Assembleia, França Van-Dúnem, disse estar condoído pelo passamento de um companheiro com quem trabalhou muito tempo.
"Conseguimos trazer a paz para África Austral e, sobretudo, ajudamos que outros países, como a Namíbia, para que alcançassem a independência e a abolição do apartheid na África do Sul, bem como a libertação de Nelson Mandela", disse.
Já o secretário-geral do MPLA, Paulo Pombolo, referiu que José Eduardo é o Presidente Emérito e será honrado e homenageado porque a sua trajectória se coaduna com a história do partido e do país.
Adiantou que o partido trabalhar para que os mais de 35 milhões de habitantes rendam de facto homenagem ao líder que, por 38 anos, dirigiu os destinos do país.
A secretária-geral da OMA, Joana Tomás, referiu que ficam as recordações de um grande patriota que deu o seu melhor pelo país.
O militante e antigo diplomata, Hermínio Escórcio, salientou que o país perdeu um estadista e um nacionalista convicto e “fica mais pobre”.
“Era um homem sereno sempre que tivesse de resolver qualquer assunto”, rematou Hermínio Escórcio.
O presidente da banca parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira, enalteceu os esforços de reconciliação para que os angolanos pudessem considerar-se, de facto, como irmãos.
Ao lembrar da figura de José Eduardo dos Santo, o deputado João Pinto referiu-se às suas qualidades como um estadista que respeitava os pares, independentemente das diferenças.
A par de entidades política e empresariais e da sociedade civil, milhares de cidadãos. continuam a afluir à Praça da República, em Luanda, para render homenagem a José Eduardo dos Santos.
No recinto são entoados cânticos religiosos e angélicos próprios de momentos de ocasiões fúnebres.
José Eduardo dos Santos, que morreu aos 79 anos de idade, ocupou as funções de Presidente da República durante 38 anos, até Setembro de 2017, altura que foi sucedido pelo actual Chefe de Estado, João Lourenço.
Além de Presidente da República, foi Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) e Presidente do MPLA, partido que governa o país desde a proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Da sua ficha política consta, ainda, o cargo de ministro das Relações Exteriores, e outras funções no Estado e no MPLA.
Conduziu o processo que culminou com a assinatura dos Acordos de Paz, a 4 de Abril de 2002, na sequência da morte do então líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi.