Ondjiva – O Presidente da República, João Lourenço, destacou esta segunda-feira, em Ombadja, província do Cunene, a importância dos investimentos do Estado no domínio das águas, sublinhando que permitem uma transformação profunda dos hábitos alimentares das populações locais.
Segundo o Chefe de Estado, que respondia a jornalistas depois de inaugurar o canal adutor do Cafu, com o aumento do volume de água naquela região, deixa de haver razões para as populações continuarem, nos próximos anos, a depender de ajudas humanitárias.
De acordo com João Lourenço, a agricultura local é uma actividade quase insuficiente, mas o aumento da água permitirá à população produzir para o consumo e comercialização.
As populações da província do Cunene vivem, essencialmente, da pastorícia, estimando-se a existência de mais de dois milhões de cabeças de gado naquela região do sul do país.
O Presidente angolano informou que, com a abundância de água e o apoio do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e de organizações não-governamentais, deu-se início à formação das populações locais sobre como lidar com a terra para tirar alimentos.
João Lourenço prometeu apoio directo aos produtores locais, principalmente em meios essenciais ao cultivo, como tractores, além de outros incentivos para a criação de cooperativas agrícolas.
O Presidente da República encontra-se no Cunene no âmbito de uma visita de trabalho, que teve como ponto alto a inauguração do canal adutor do Cafu, em Ombadja.
Trata-se do primeiro de um lote de cinco projectos do Governo angolano, criados no quadro do programa de acções estruturantes de combate à seca naquela região, que vai beneficiar 235 mil pessoas dos municípios de Ombadja, Cuanhama e Namacunde.
Avaliado em 44 mil milhões, 358 milhões e 360 mil 651 kwanzas, vai permitir ainda o abeberamento de 250 mil animais e a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas.
A empreitada de construção do canal foi decidida depois de uma visita do Presidente da República às Cacimbas em Ombala Yo Mungo, município de Ombadja, em Maio de 2019, na altura afectada por uma seca severa.
Neste sistema foram instaladas estruturas metálicas da câmara de aspiração e zona de tomada de água, edifício da subestação eléctrica, com três grupos geradores com capacidade de um megawats e reservatório unidimensional, além de painéis solares capazes de gerar 1.5 megawatts de energia.
O projecto tem um canal a céu aberto, numa extensão de cerca de 160 km, sendo um canal principal de 47 km, desde a estação do Cafu à Ombala yo Mungo, e dois outros ligando os municípios de Cuanhama (55 km) e Namacunde (53 km).
O projecto conta com 30 chimpacas, com 100 metros de comprimento, 50 de largura, cinco a seis de profundidade e a capacidade de armazenamento de água que varia de 25 mil a 30 mil metros cúbicos.
