Luanda – Membros da sociedade civil encorajaram, esta terça-feira, o Presidente da República reeleito, João Lourenço, a prosseguir com o seu programa de reformas, a fim de melhorar a credibilidade do Estado e a condição de vida das populações.
Ouvidos pela ANGOP, a propósito dos novos desafios do Presidente da República, afirmaram que o país marcou passos significativos nos últimos cinco anos, mas o Executivo ainda precisa de melhorar as políticas públicas em sectores estratégicos.
No entender desses cidadãos, Angola produziu, no último quinquénio, resultados animadores em alguns sectores-chave, como a agricultura e a indústria, bem como avançou na questão do combate à corrupção e ao branqueamento de capitais.
Todavia, consideram que muito ainda deve ser feito em prol da melhoria do sistema nacional de saúde pública, da educação, da segurança pública, da habitação, do urbanismo, do emprego, da iluminação pública, entre outros domínios.
Afirmaram que estas áreas constituem a chave para a resolução dos principais problemas dos angolanos, afirmando que, do futuro Executivo, esperam a adopção de políticas que assegurem a distribuição equitativa da riqueza e o fim das assimetrias.
Solicitaram, por outro lado, a adopção de um salário digno e ajustado à realidade do país, que permita aos cidadãos terem condições mínimas de vida.
De acordo com a secretária-geral do Conselho das Igrejas Cristãs (CICA), Deolinda Dorcas Teca, é fundamental que a sociedade, em geral, e os políticos, em particular,
continuem a trabalhar para a manutenção da paz e estabilidade do país.
Do seu ponto de vista, o novo Executivo deve encorajar, permanentemente, o respeito pelas diferenças, sublinhando a importância de todos apostarem na tolerância.
"Deve haver harmonia e união entre os angolanos. Quem ganhou (as eleições), saiba respeitar o outro, quem perdeu, espere a outra vez", aconselhou a religiosa.
Por sua vez, o cidadão Alcino Sousa disse que o futuro Executivo deve trabalhar mais directamente com a população, ouvindo as suas preocupações. "É o povo que deve alertar sobre o que está certo e o que está errado e precisa de ser corrigido", disse.
Doutro modo, Bruno Augusto disse esperar que o MPLA e o seu Presidente, vencedores das eleições gerais de 24 de Agosto último, cumpram as promessas feitas durante a campanha eleitoral, com destaque para a criação de mais postos de trabalho.
Acrescentou que, nessa perspectiva, é também necessária a reabilitação das vias de comunicação, a fim de facilitar o escoamento dos produtos do campo.
Para a cidadã Ana de Alfredo, nos próximos cinco anos deve haver melhorias substanciais no sistema de educação, por forma a garantir um ensino de qualidade.
“O futuro do país passa pelo ensino de qualidade e pela melhoria dos serviços de saúde, o que impõe a aposta séria na medicina preventiva", comentou.
Solicitou, igualmente, que as autoridades do Estado trabalhem na melhoria do sistema de saneamento básico, principalmente nas áreas suburbanas.
O Presidente da República reeleito, João Lourenço, e a Vice-Presidente da República reeleita, Esperança Costa, tomam posse esta quinta-feira, em acto solene a decorrer na Praça da República, diante de várias entidades nacionais e estrangeiras.
Segundo os dados anunciados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), o MPLA e o seu cabeça-de-lista, João Lourenço, venceram as eleições gerais de 24 de Agosto último, com 51,17 por cento dos votos, contra 43,95% da UNITA.
Com esses resultados, o MPLA conquistou 124 mandatos na Assembleia Nacional, contra 90 da UNITA, dois do PRS, dois da FNLA e dois do PHA.
O Parlamento angolano é unicameral e composto por 220 parlamentares.