Luanda - O Ministro da Justiça e Direitos Humanos, Francisco Queiróz, considerou, nesta quarta-feira, em Luanda, um atropelo aos direitos humanos a tentativa de invasão, por perto de 300 pessoas, à esquadra em Cafunfu e consequente agressão a polícias.
Francisco Queiróz, que falava no final de um encontro com a sociedade civil no auditório do Ministério do Interior, referiu que durante a rebelião algumas autoridades (polícias e militares) foram agredidas, até mesmo queimadas.
Francisco Queiróz referiu que o designado “Protectorado Lunda Tchokwe”, como organização não tem legitimidade para dialogar em nome desta região.
Para o ministro, os membros da sociedade civil são interlocutores válidos, mas desqualificou os que não têm legitimidade e que perseguem fins contra a constituição e a integridade do território.
Para esses, disse ser muito difícil encontrar um canal de diálogo.
Contudo, o governante reconheceu ter havido excesso do lado da polícia ao lidar com aqueles que já não tinham vida ou estavam imobilizados, uma prática que tem que ser revista.
Deu a conhecer que haverá um inquérito para que sejam responsabilizados aqueles que agiram de maneira excessiva.
O dirigente disse que a Polícia não tem prazer de matar pessoas, mas o dever de protegê-las, mantendo o máximo controlo em situações semelhantes a de Cafunfu, como acontece em outros países.
Sobre os factos ocorridos na Lunda Norte, o ministro esclareceu que a PGR já tem o caso sob averiguação.
Na referida rebelião, frustrada pela Polícia Nacional, morreram seis cidadãos do “Protectorado Lunda Tchokwe”, cujos membros portavam armas de fogo, catanas e outro tipo de objectos letais.
Relativamente ao encontro com membros da sociedade civil, o ministro disse que serviu para uma análise profunda sobre a situação que se deu naquela localidade do Norte de Angola, na perspectiva histórica, sociológica e politica, além de questões ligadas às condições de vida das populações, não só da Lunda Norte e da Lunda Sul, bem como de outras regiões de Angola.
Estiveram no encontro, representantes das Mãos Livres, da Plataforma Mulher em Acção e do CICA - Conselho das Igrejas Cristas em Angola.