Luanda - O Presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), João Lourenço, comprometeu-se nesta quinta-feira, em Luanda, em mobilizar recursos para investir em infra-estruturas, estradas, caminhos-de-ferro, portos e aeroportos, com investimentos nos sectores da água e energia.
Segundo João Lourenço, que assumiu a Presidência rotativa desta organização inter-governamental, estes dois bens (água e energia) são fundamentais para se falar da industrialização na região da SADC.
Para o Presidente, uma das apostas da região está ligada ao capital humano, para se assegurar maior desempenho, nos próximos anos, com “bastante seriedade” na industrialização da região e do continente.
Falando em conferência de imprensa, no final da 43ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da SADC, João Lourenço afirmou que só se pode falar em indústria nas localidades onde há garantia de água e de energia.
Por isso, o Presidente em exercício da SADC defendeu a necessidade de alguns países se dedicarem no aumento da produção e partilharem este bem essencial com os demais membros da organização.
“Quem tiver energia por excesso deve pôr à disposição de outros países da região que dela necessite”, defendeu o Chefe de Estado angolano, reiterando que a aposta está feita e resta trabalhar para se procurar materializar as decisões que a Cimeira tomou.
Questionado sobre o legado a deixar ao cumprir a presidência da SADC, João Lourenço referiu que será dedicar-se no cumprimento das decisões tomadas pela Cimeira de Luanda, em todos os domínios, com destaque para o desenvolvimento económico e social, bem como a defesa e segurança dos países da organização.
“Felizmente, salvo situações no Leste da RDC e Cabo Delgado, em Moçambique, de uma forma geral a situação da nossa região pode ser considerada estável”, afirmou.
Angola cumpre os acordos
Sobre a integração regional de Angola, João Lourenço referiu que o país subscreveu todos o acordos da região que têm a ver com a integração regional.
Segundo o Presidente, o país procurará respeitar, o máximo possível, o seu cumprimento, tendo consciência de que Angola só saíra a ganhar se efectivamente esta integração acontecer.
“É algo que não depende apenas de um país, visto de forma isolada, no entanto, todos temos o mesmo interesse e, se assinámos é porque sim, temos esse interesse e lutar para se conseguir este grande objectivo da integração regional”, apontou, sustentando que todos saem a ganhar e acredita "absolutamente que todos os Estados-membros da organização sairão a ganhar quando a integração regional efectivamente acontecer”.
Desta feita, defende que cada Estado- membro contribua para o alcance deste objectivo da integração regional.
A SADC é composta por Angola, Botswana, Comores, República Democrática do Congo, Eswatini, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
A mesma é uma organização inter-governamental, criada em 1992 e dedicada à cooperação e integração sócio-económica, bem como à cooperação em matérias de política e segurança. NE/OHA/ADR