Saurimo - o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, disse este sábado, em Saurimo, província da Lunda Sul, que a independência nacional, alcançada a 11 de Novembro de 1975, constitui a concretização do sonho de liberdade, esperança, unidade nacional, o progresso e a justiça social de todos os angolanos.
O governante que discursava no acto central do 48º aniversário da independência nacional, que hoje se assinala, sob o lema “Unidos pelo desenvolvimento de Angola”, afirmou que a data exalta a história e a longa jornada que “todos juntos devem caminhar e enaltecer as páginas douradas que registam, para todo e sempre, a bravura e resistência dos antepassados”.
Sublinhou, no entanto, a luta de libertação nacional travada, a partir de 1961, contra o colonizador português, na humilhante condição em que os angolanos foram submetidos pelo poder colonial.
Nomes como Ngola Kiluange, Njinga Mbandi, Ekuikui II, Mandume, Mutu-Ya-Kevela, entre outros, foram indicados em referência anteriores batalhas pela dignidade do seu povo.
Adão de Almeida sublinhou que a independência nacional era um meio importante para se livrar da opressão, ter dignidade, ser o dono dos destinos e construir uma Angola próspera, para todos os seus filhos, capaz de promover o progresso e o bem-estar social dos angolanos.
O ministro citou uma passagem de então Presidente Agostinho Neto, aquando da proclamação da independência, segundo a qual o objectivo era a construção de uma sociedade justa e de um homem novo”.
Referiu, no entanto, que, infelizmente, os anos após a independência não permitiram a concretização dos sonhos gerados pela mesma, devido ao clima de instabilidade motivado por uma guerra de quase três décadas, que mutilou física e mentalmente muitos co-cidadãos e destruiu as insuficientes infra-estruturas que o país possuía, impedindo a edificação da nação.
“O país que estamos a construir para a actual e futuras gerações é também uma pátria solidária, que não deixa ninguém para trás, que promove e valoriza o papel da mulher e é capaz de assegurar a inclusão e bem-estar dos mais vulneráveis”, asseverou.
Segundo Adão de Almeida, para honrar os precursores da independência, deve-se continuar a construir uma sociedade de valores e princípios, onde o bem comum esteja a cima de interesses dos indivíduos, que proteja o património público, respeite os poderes democraticamente instituídos, promova a boa gestão da coisa pública e combate à corrupção.
Referiu que consolidar a unidade nacional, reforçando a ideia de que “somos pátria una e indivisível, de Cabinda ao Cunene e do mar ao Leste é um desafio primordial que deve merecer o engajamento de todos”.
Noutra parte da sua intervenção, o governante referiu-se aos cenários de conflitos que se assistem em vários pontos do mundo, bem como questões ligadas ao aquecimento global, tendo considerado que a situação a nível internacional aconselha a assumir os valores da paz e os benefícios da independência e a estabilidade.
Por este facto, disse, há necessidade de se preparar para os choques externos a que todos os países estão sujeitos, as gerações actuais poderão ser testemunhas do surgimento de uma nova ordem mundial, num contexto marcado por tendências de afirmação de uma guerra comercial entre as grandes potências, podendo gerar uma desglobalização do comércio internacional, adopção de medidas, proteccionismo económico e estaduais.
Entre outras individualidades, presenciaram o acto o governador da Lunda Sul, Daniel Neto, os ministros da Administração do Território, da Defesa Nacional, da Cultura e Turismo, Juventude e Desportos, dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, bem como do Ensino Superior, Ciências, Tecnologia e Inovação.
Estiveram igualmente o secretário de Estado do Interior, representantes de partidos políticos com assento parlamentar, autoridades eclesiásticas, tradicionais e efectivos da ordem e defesa.
A deposição de uma coroa de flores no busto do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, e inauguração de várias infra-estruturas marcaram igualmente as comemorações do 48º aniversário da independência nacional nesta província, num acto que contou com actuação dos músicos locais Cigano Weza, Super Mutepa e a dupla Mipica/Ministro. JW/VC