Sumbe - O novo Hospital Geral do Sumbe, denominado comandante Raúl Díaz Argüelles e com capacidade para 200 camas, entrou em funcionamento esta segunda-feira, após sua inauguração pelo Presidente da República, João Lourenço.
Erguido na localidade do “Saber Andar”, na província do Cuanza-Sul, o hospital vai prestar serviços de pediatria, ginecologia obstetrícia, otorrinolaringologia, oftalmologia, cirurgias, ortopedia, cardiologia cuidados intensivos, imagiologia e hemodiálise.
Após o corte da fita e o discerramento da placa, o Chefe de Estado angolano visitou a infra-estrutura, apetrechada com equipamentos de alta qualidade do sistema da medicina.
Trata-se de uma unidade que vem reforçar a humanização dos serviços de saúde, com a componente de hospital/escola, pois vai promover a especialização médica.
A empreitada da unidade sanitária, consignada a uma empresa suíça especializada em soluções de saúde (Promed International AG-Mitolli Group), ocupa uma área de 4.5 hectares de um global de seis hectares, num investimento de 63 milhões e 180 mil euros.
Aposta no sector da Saúde
O Executivo leva a cabo uma transformação estrutural no Serviço Nacional de Saúde que visa alcançar a cobertura universal.
A aposta faz com que o sector tenha hoje uma rede sanitária constituída por 3.346 unidades, sendo 3.094 postos e centros de saúde, 173 hospitais municipais, 23 hospitais provinciais, 34 hospitais especializados e 22 hospitais centrais.
Registou-se um aumento de 4.899 camas hospitalares no Serviço Nacional de Saúde, passando de 37.808 camas em 2022 para 42.707 camas em 2024.
Nesta senda, foram construídos hospitais de nível terciário, na província do Bengo, Reverendo Guilherme Pereira Inglês, Luanda com o Hospital Geral de Viana Bispo Emílio de Carvalho e o Hospital Geral de Cacuaco Heróis de Kifangondo, e na província do Cunene com o Hospital Geral do Cunene General Simione Mukune.
No próximo mês de Novembro será inaugurado o Hospital Geral do Cuanza-Norte, que terá o nome do intelectual e nacionalista angolano Mário Pinto de Andrade.
O Governo está a trabalhar para que até 2026, o mais tardar, sejam concluídos e entrem em funcionamento o Hospital Municipal de Porto Amboim, o Instituto de Anatomia Forense, o Hospital Geral de Mbanza Kongo, o Complexo Hospitalar Pedro Maria Tonha Pedalé, o Hospital Geral do Uíge, o Hospital Américo Boavida, o Hospital Pediátrico do Huambo, o Hospital Materno-Infantil da Huíla, o novo Hospital de Queimados da província de Luanda, o Hospital Materno-Infantil de Benguela, o Hospital Geral da Catumbela e o novo Hospital Oncológico em Luanda.
O investimento em infra-estruturas hospitalares modernas está a permitir melhorar a qualidade da assistência médica de elevada complexidade, nomeadamente nos domínios da cirurgia cardíaca, neurocirurgia e cirurgia ortopédica.
Para acompanhar a dinâmica do desenvolvimento tecnológico no domínio da saúde, o Executivo deu início este ano ao Programa de Implementação da Cirurgia Robótica, com o apoio de uma equipa de especialistas dos Estados Unidos da América.
Continua a consolidar a aposta no tratamento de pessoas com insuficiência renal através do aumento da capacidade de prestação de serviços de hemodiálise.
De 29 serviços em 2023, Angola passou para 35 em 2024, estando já disponíveis em 13 províncias com capacidade para atendimento humanizado de 3.625 utentes, não sendo mais necessário recorrer ao exterior do país para tratar os doentes renais.
Para diminuir o défice que ainda há e para acompanhar o crescimento da rede sanitária, foram admitidos, desde 2017, um total de 46.705 profissionais de saúde das mais diferentes categorias, representando um incremento de 43,6% da força de trabalho.
Foram enquadrados todos os médicos disponíveis formados no país e no exterior, 80% dos quais foram colocados a prestar serviço nos municípios, numa aposta clara nos Cuidados Primários de Saúde.
Está a ser implementado um ambicioso plano de especialização de profissionais de saúde, que prevê formar cerca de 38.000 profissionais de saúde, com ênfase para a formação de equipas de saúde familiar para os cuidados primários de saúde, com o objetivo de assegurar os serviços de proximidade.
No último ano concluíram a especialização de 272 médicos e está em curso a especialização em Enfermagem de 1.498 profissionais.
Como resultado do investimento, diminuíram-se as evacuações para o exterior do país pela Junta Nacional de Saúde e melhorou-se os indicadores de saúde pública, os serviços administrativos de cobertura de vacinação de rotina e os óbitos por desnutrição.
Aumentou-se em 70% a taxa de sucesso no tratamento da tuberculose, a capacidade de diagnóstico e de tratamento da lepra, bem como cresceu em 70% as unidades sanitárias de primeiro nível que realizam diagnóstico e seguimento da hipertensão e da diabetes.
Comandante Raul Argüelles
Raúl Díaz Argüelles (1936–1975) foi um comandante cubano que desempenhou um papel importante durante as missões militares internacionais de Cuba, especialmente nas operações na África.
Foi um dos principais comandantes cubanos na luta contra grupos rivais durante a guerra civil angolana que se seguiu à independência do país de Portugal em 1975.
Díaz Argüelles foi descrito como um líder militar dedicado e corajoso, tendo desempenhado um papel essencial na organização e liderança das tropas cubanas enviadas para apoiar o Governo angolano.
Morreu em combate no muncípio do Ebo, na provincia angolana do Cuanza-Sul, em Dezembro de 1975, durante uma emboscada. A sua morte foi considerada uma grande perda para o Exército cubano e para o esforço militar cubano em África.
Comandante Argüelles é lembrado em Cuba como um herói revolucionário e sua actuação foi fundamental para as relações de Cuba com países africanos nas décadas de 1960 e 1970, no contexto da Guerra Fria e do apoio cubano a movimentos de libertação nacional. AFL/LC/ART