Igrejas reconhecem impacto da paz na expansão do evangelho

     Política           
  • Cuando Cubango     Sexta, 05 Abril De 2024    12h32  
Presidente do Ministério Emanuel, da Igreja Assembleia de Deus Pentecostal no Cuando Cubango, Pastor Jacob João Cambala
Presidente do Ministério Emanuel, da Igreja Assembleia de Deus Pentecostal no Cuando Cubango, Pastor Jacob João Cambala
Maurício Sequesseque-ANGOP

Menongue – Os líderes religiosos das igrejas evangélicas residentes, em Menongue, capital do Cuando Cubango, declararam o seu reconhecimento pelo impacto da paz na expansão da mensagem divina, que "tem servido para a moralização da sociedade e pacificação dos espíritos".

Os clérigos falavam quinta-feira em declarações à ANGOP no quadro das comemorações do 4 de Abril, para assinalar os 22 anos de Paz e Reconciliação Nacional, em Angola, sob lema “Juntos pelo crescimento inclusivo do país”.

Afirmaram que, não obstante as longas distâncias intermunicipais que variam de 90 a 700 quilómetros, tem sido possível a implantação de mais igrejas e infra-estruturas sociais em toda a extensão territorial da província.

Foram unânimes sobre os ganhos da paz para a igreja e comprometeram-se em continuar a orar a favor deste bem e tudo fazer para a sua preservação, com a transmissão de mensagens de perdão, reconciliação, solidariedade colectiva, amor ao próximo e unidade na diversidade.  

Assembleia de Deus Pentecostal

O reverendo Jacob João Cambala, pastor-presidente do Ministério Emanuel, afecto à Igreja Assembleia de Deus Pentecostal (ADP), disse que a paz trouxe vários benefícios para a sua igreja, com destaque para a expansão do evangelho.

Comparou que, no período do conflito armado, não era possível chegar aos municípios para o cumprimento da orientação bíblica de pregar para todos os povos e nações.

Com a paz já é possível viajar facilmente aos municípios, não obstante as dificuldades inerentes às vias de acesso, o que permitiu a implantação da igreja em oito dos nove municípios que formam a província do Cuando Cubango, disse.

Precisou que falta apenas o município do Rivungo, que não tem estrutura física construída, mas um pequeno ponto de evangelização que permite os encontros entre os fiéis.

Considerou que, durante o tempo de guerra, havia fiéis em quantidade, mas sem a qualidade exigida para um verdadeiro cristão, porquanto, explicou, muitos se socorriam da igreja por medo, pensando que poderiam morrer a qualquer momento.

Actualmente com a paz, prosseguiu, os fiéis acorrem em quantidade e em qualidade, movidos pela fé cristã, acreditando que a paz só foi possível porque Deus permitiu.

Este pensamento, de acordo com o pastor, tem aumentado a fé de muitos cristãos, para além da construção de carácter definitiva em curso de muitos templos novos, que conta com o apoio de muitos fiéis. 

Afirmou que as mensagens para os cristãos e para a sociedade em geral estão viradas para a preservação da paz.

A igreja controla a nível da província 106 lugares de culto, dos quais 45 templos de construção definitiva e mais de 30 mil fiéis.

Igreja Evangélica Congregacional de Angola (IECA)

Por seu turno, o secretário do Sínodo Provincial do Cuando Cubango da Igreja Evangélica Congregacional de Angola (IECA), pastor Jeremias Gaspar, disse haver muitos avanços em todos aspectos da igreja, quer no número de fiéis como no de infra-estruturas físicas construídas e em construção.

Recordou que, durante o regime colonial, apenas algumas igrejas tinham implantação nas cidades, sendo que as missões evangélicas tinham confinamento obrigatório em algumas regiões do país, de acordo com o estatuto imposto pelo colonialismo.

A partir de 1975, com a proclamação da independência, continuou, as missões começaram a expandir-se em todo o território nacional, abrindo uma nova era para a igreja, uma realidade que continuou a crescer com a paz alcançada, em 2002.

Sublinhou que os ventos da paz contribuíram bastante para essa expansão e que hoje a sua igreja, à semelhança das demais denominações, está representada nas 18 províncias do país, com o foco nos processos de evangelização e ensino.

Dos nove municípios da província, a igreja está oficialmente implantada em quase todos, com excepção do Nancova, onde se regista uma presença oficiosa, com membros que têm cultuado noutras denominações, enquanto aguardam pela implantação de templo próprio.

“Apesar disso, temos um avanço significativo na maioria dos municípios por toda a parte”, sublinhou, afirmando que, do ponto de vista de construção, a igreja despertou para as obras de construção de novos templos quer em Menongue, capital da província, como nos municípios do Calai, Mavinga e Rivungo, facto que se tornou possível apenas com o alcance da paz.

Segundo o pastor, a igreja tem actualmente 10 templos de construção definitiva, 37 capelas provisórias e mais de 13 mil e 700 fiéis que são controlados por 11 pastores.

Jeremias Gaspar narrou ainda que, fruto da paz, a IECA tem na área social trabalhos virados para a educação com um total de quatro escolas comparticipadas, sendo que, no campo da saúde, desenvolve ações em parceria com a Organização não Governamental (ONG) Solidariedade Evangélica (SOLE).

Através dessa parceria, explicou, são realizados trabalhos comunitários de oftalmologia, abrangendo não só os fiéis da igreja, mas também todos os membros da comunidade.

Outra acção social digna de nota, segundo ainda o pastor, é a parceria com médicos residentes em Angola que trabalham com a Aliança Evangélica de Angola, que, por intermédio da IECA, se deslocam temporariamente ao Cuando Cubango para assistir pessoas em municípios longínquos como Mavinga, Rivungo e Nancova.

No quadro da cooperação com a MOSAIKO, uma associação ligada à conservação e preservação do meio ambiente, a igreja trabalha em aspectos de cidadania e direitos humanos.

Na sua visão, esses factos reflectem os ganhos da paz para a igreja, assumindo que, no tempo do conflito armado, não era possível tratar de tais aspectos.

Por isso, a preservação da paz deve iniciar para cada pessoa em si mesma, já que a paz interior pode ser contagiada ao próximo, num ciclo contínuo eivado de atitudes positivas, contrariamente aos discursos inflamados e provocatórios, aconselhou.

União de Igrejas Evangélicas de Angola (UIEA)

O presidente regional das igrejas pertencentes à UIEA no Cuando Cubango, Job Augusto, considerou a paz como um “grande ganho” para os angolanos e que tem permitido a chegada da igreja a todos os municípios e comunas da província.

“Se não fosse a paz, não atingiríamos todas as localidades que hoje atingimos”, realçou, acrescentando que a missão da igreja tem sido a transmissão de mensagens de unidade, amor e perdão para que a reconciliação seja cada vez mais efectiva, por meio da moralização da sociedade.

Informou que a UEIA, no Cuando Cubango, conta com mais de 37 mil membros e 25 templos de carácter definitivo. MSM/FF/IZ

  

 





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