Lubango – O governo da Huíla retoma em um mês o processo de venda das restantes sete mil 654 casas da centralidade da Quilemba, a 20 quilómetros da cidade do Lubango.
A Quilemba, situada na comuna com o mesmo nome, é a segunda maior centralidade do país, a seguir ao Kilamba, em Luanda.
Inicialmente projectado para 11 mil casas, o conglomerado acabou com oito mil 554, entre apartamentos e vivendas.
A centralidade começou a ser construída em 2009 e ficou concluída em 2011, mas por falta de água e energia eléctrica só em 2019 foram entregues as primeiras 850 casas, mediante a criação de um sistema de fornecimento de água provisório.
Sobre o assunto, o governador da Huíla, Nuno Mahapi, disse nesta quinta-feira em entrevista à Rádio Mais Huíla que o governo "não pode aceitar que a centralidade se mantenha fechada”, pelo que vai dar início à comercialização.
Segundo o governante, agora que já estão disponíveis os dois principais serviços básicos, justifica-se a venda das habitações, acrescentando que actualmente já há energia eléctrica e também foi feito um investimento numa rede de furos artesianos na zona das “Três Pontes”, para bombear o líquido para a centralidade.
Nuno Mahapi disse serem sistemas abertos exclusivamente para a centralidade, distrito que na totalidade vai acolher 64 mil pessoas.
“Em reuniões que tivemos com os promotores decidimos que vamos já começar a vender as casas. Vamos distribuir as quotas às empresas públicas, em primeira instância, e depois olhar para outros segmentos”, disse.
Alertou que só terão acesso à casa pessoas que não as têm e o processo de comercialização deve começar em um mês, mas arrastar-se-á pelo ano todo.
Quando foi projectada, a centralidade da Quilemba teria como fonte de abastecimento de água a barragem das Neves, na Humpata, a mais de 40 quilómetros, mas é um projecto oneroso para o qual o Estado ainda não encontrou financiamento.
Como alternativa, o governo da Huíla abriu mais de oito furos na zona húmida das ”Três Pontes”, a cinco quilómetros de distância.
Com uma área de implantação de mil hectares, o empreendimento engloba infra-estruturas e equipamentos de apoio, nomeadamente 11 jardins de infância, quatro escolas primárias e três secundárias, bem como hospitais, divisões policiais e estradas.
A Quilemba faz parte da zona urbana do município do Lubango, capital da província da Huíla, e foi construída em dois anos e dois meses por 12 mil trabalhadores angolanos e chineses.
O município do Lubango tem uma superfície de três mil 140 quilómetros quadrados e foi concebido para 50 mil habitantes, mas hoje acolhe mais de um milhão e 200 mil pessoas, pelo que a centralidade veio aliviar a pressão sobre a urbe.