Lubango – A recondução no cargo do governador provincial da Huíla, Nuno Mahapi, no Governo saído das eleições de 24 de Agosto é vista pelos huilanos como “acertada e prudente”, tendo em conta o domínio que tem da realidade da província e de projectos por concluir.
Nomeado pela primeira vez ao cargo de governador a 10 de Março de 2021, Nuno Bernabé Mahapi Dala, 47 anos de idade, é um geólogo formado em Cuba e o 13º governador provincial da Huíla, que substituiu Luís Nunes, actual governador de Benguela.
O pastor da igreja Pentecostal, Mariano Cassule, considerou ter sido uma decisão “prudente” e que assegura a continuidade de projectos prioritários, já que muitas vezes as mudanças provocam cisão com o passado, prejudicando a população
Nas redes sociais, o influenciador digital Paulo Daniel escreveu que a manutenção do governador é sinónimo da necessidade de desenvolver Angola e os angolanos.
Acrescentou ser um governador que ouve os cidadãos, conhece a realidade da província e merece todo apoio dos huilanos.
O académico, Carlos Kazequene, considerou que é positiva a recondução, pois distingue o trabalho feito até agora.
Como desafios do governador Nuno para os próximos cinco anos, está o projecto que traz a energia produzida no Norte, através do Huambo, processo que passa pela construção de duas subestações, sendo um em Caluquembe e outra no Lubango.
Outra aposta iniciada por si, há quatro meses, tem a ver com a conclusão da central de captação e tratamento de água para a centralidade da Quilemba, acção da qual está dependente a entrega de mais de seis mil residências, ainda por habitar naquele conglomerado com oito mil e 500 casas, cujas obras terminaram em 2011.
A conclusão das obras da Circular, da segunda fase das infra-estruturas integradas, a requalificação da periferia do Lubango, a asfaltagem das sedes municipais e melhoria nas vias terciárias, assim como electrificação dos restantes nove municípios com energia da rede pública, são outros desafios que Mahapi vai enfrentar nesse renovado mandato.
Natural do município do Lubango, chegou a governação pelas mãos do então governador Isaac dos Anjos, ocupando o cargo de vice-governador da Huíla para o sector técnico e infra-estruturas de 2010 a 2021.
Entrou no funcionalismo público na década de 1990, como técnico da então direcção provincial de águas, geologia e minas, mais precisamente como chefe de departamento de geologia e minas.
Até 2010 dirigiu também o gabinete provincial de urbanismo e habitação da Huíla, de onde foi projectado para o cargo de vice-governador pelo então governador, Isaac dos Anjos.
Histórico de governadores:
1975-1976 Emílio Brás
1977-1978 Belarmino Van-Dúnem
1978 Nazário Vital
1979-1983 Migue João Luís Ivady
1983-1984 Mariano da Costa Garcia "Puku"
1984-1986 Rafael Sapilinha Sambalanga
1986-1990 Lopo Ferreira Fortunato do Nascimento
1990-1995 Dumilde das Chagas Simões Rangel
1995-1999 Kundy Paihama
1999-2008 Francisco José Ramos da Cruz
2008-2012 Isaac Francisco Maria dos Anjos
2012-2018 João Marcelino Tyipinge
2018-2021 Luís Manuel da Fonseca Nunes
A Huíla é uma província do sul de Angola e conta com uma população estimada em mais de três milhões de habitantes e com uma dimensão de 79 023 km², sendo a segunda mais populosa de Angola, a seguir a Luanda, tendo como capital Lubango.
Tem 14 municípios, sendo que o mais novo ascendeu a tal categoria em 2011, a Cacula. Os outros são o Lubango, Caconda, Caluquembe, Chibia, Gambos, Chicomba, Chipindo, Cuvango, Jamba, Matala, Quilengues e Quipungo.
A sua população original é do grupo San, dos quais ainda existem pequenos grupos remanescentes. Os “khoisan” foram marginalizados por povos de pastores ou de agro-pastorís de diversas proveniências e que hoje constituem uma variedade de etnias.