Lubango – O governador da Huíla, Nuno Mahapi, afirmou hoje, quarta-feira, no Lubango, que a província precisa de um investimento que permita construir a cada ano, deste quinquénio (2022/2027), 44 escolas de 12 salas cada, para sanar o problema de crianças fora do sistema de ensino.
Falando numa reunião de auscultação que Presidente João Lourenço e seus auxiliares fizeram ao governo provincial, no quadro de sua visita à Huíla, o governador identificou a Educação como sector primário que carece de mais atenção das autoridades, pois das mil 573 escolas existentes, estão registadas três mil 062 turmas ao ar livre e a maior parte destas está no Lubango.
Na Saúde, o governador apontou como ponto de estrangulamento a falta de ambulâncias nos hospitais municipais, onde a carência de especialidades força a evacuação diária de doentes ao hospital de referência, no Lubango.
Segundo o governador, a única ambulância que cada município tem, chega a fazer mil quilómetros/dia em evacuações, daí a necessidade de olhar-se para o reforço da frota.
No capítulo da energia, Nuno Mahapi saudou os investimentos na extensão da linha do Norte (Laúca), através da ligação em curso entre as centrais do Gove (Huambo) a da Matala (Huíla), augurando novos investimentos para que chegue também aos restantes nove municípios da província, já que actualmente só cinco estão interligados ao sistema.
A água, conforme o gestor, é outro problema da província, pois não afecta somente os municípios que vivem seca, mas o Lubango, igualmente, onde o défice ronda os 42 por cento, pelo que é necessário ampliar as fontes de captação e armazenamento, para não esgotar o aquífero que sustenta o sistema actual através de nascentes e furos artesianos.
Assinalou que buscar água na Matala (a 180 km) os custos são avultados, mas os benefícios seriam maiores, pois não abrangeria somente o Lubango, mas o Quipungo e a Cacula.
Elogiou a decisão do PR em autorizar a execução da segunda fase das infra-estruturas integradas do Lubango, que afecta agora à periferia, onde está 70 por cento da população, que pode ajudar a reduzir doenças como a malária, a semelhança do que se verifica do casco urbano, que beneficiou da primeira fase.
Outra preocupação apresentada ao Titular do Pode Executivo pretende-se com os transportes, onde a província com mais de três milhões de habitantes dispõe de pouco ou mais 50 autocarro operacionais, apresentando como opção a expansão da rede do Caminho de ferro de Moçâmedes ao centro urbano, aproveitando a velha circular existente de há anos.
Nesse segmento, apelou para a revisão da política da Transportadora Aérea de bandeira, em retomar os voos internacionais Lubango – Whindoek (Nambíbia), suspensos há três anos devido à covid-19, pois era um elo que não beneficiava apenas a Huíla, mas também as províncias circunvizinhas, como Benguela, Namibe, Cunene e Cuando Cubango.
Solicitou ainda que a TAAG reveja a tarifa da passagem para o Lubango, que há muito vem sendo reclamada pelos utentes (bilhetes a cima dos 120 mil kz para Luanda).
Após a explanação do governador Nuno, a reunião entre o Executivo Central e o Governo da Huíla, prosseguiu à porta fechada. MS