Huambo – Quinhentas e 91 áreas da província do Huambo, numa extensão de 19 milhões, 74 mil e 145 metros quadrados de terra, foram declaradas livres da contaminação de minas e engenhos explosivos, soube a ANGOP.
A informação foi prestada, esta quarta-feira, pelo director-geral da Agência Nacional de Acção contra Minas (ANAM), Leonardo Sapalo, durante a auscultação das autoridades da província do Huambo sobre o processo de comunidades livres de áreas minadas conhecidas.
Na ocasião, Leonardo Sapalo informou tratar-se de áreas suspeitas de contaminação do remanescente de guerra, com a remoção de 14 mil 438 minas, das quais 14 mil 144 são anti-pessoais e 294 anti-tanques, para além de outros 11 mil 259 engenhos explosivos não detonados.
Disse que, após o levantamento do impacto das minas nas comunidades, cuja catalogação das superfícies decorreu de 2007 à presente data, inúmeras acções de desminagem foram realizadas por diversos operadores, entre públicos, não-governamentais e privados, no sentido de eliminar as áreas identificadas.
Destacou a importância atribuída pelo Executivo angolano ao sector da Acção Contra Minas, o que tem contribuído para o alcance dos objectivos estratégicos preconizados nas comunidades, desde a criação de condições de segurança, de programas sociais e de reconstrução, com foco no desenvolvimento nacional.
Leonardo Sapalo disse que têm sido realizados trabalhos internos e externos para se apurar as áreas e, consequentemente, prosseguir com o processo operacional e administrativo já iniciado de conclusão, identificação, remoção e destruição de minas, para se declarar as comunidades livres da contaminação.
Considerou que o processo constitui um passo significativo para a ANAM, na medida em que concorre para o cumprimento das obrigações de Angola, na qualidade de Estado parte da convenção sobre a proibição de produção, armazenamento, transferência e uso de minas anti-pessoal.
Informou que, numa altura em que faltam 20 meses do estipulado pela Declaração de Maputo de 2014, que previu um mundo livre de minas até Dezembro de 2025, Angola irá preparar o pedido de extensão do prazo de cumprimento das obrigações do artigo 5º desta convenção para mais cinco anos, devido a crise financeira mundial.
Por seu turno, o vice-governador para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas da província do Huambo, Elmano Francisco, lembrou que esta região do país não foi poupada pelo conflito armado de longas décadas, tendo resultado na destruição de várias infra-estruturas socioeconómicas, que hoje estão a ser reconstruídas.
Pediu mais colaboração das autoridades locais, pois as minas e engenhos explosivos não detonados e abandonados durante a guerra ainda continuam a causar vítimas humanas, daí a necessidade de trabalharem, com afinco, para se erradicar este flagelo e se construir uma Angola melhor.
A Agência Nacional de Acção Contra Minas (ANAM) é uma instituição angolana que coordena, regula e supervisiona toda a actividade de desminagem no país.
Esta região do país, com uma área de 35 mil 771 quilómetros quadrados, tem uma população estimada em mais de dois milhões 700 mil habitantes, distribuídos pelos municípios do Bailundo, Caála, Cachiungo, Chicala-Cholohanga, Chinjenje, Ecunha, Huambo, Londuimbali, Longonjo, Mungo e Ucuma. ZZN/JSV/ALH