Luanda – A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, anunciou, nesta quarta-feira, em Luanda, que o Hospital Materno-Infantil do Camama vai utilizar técnicas de reprodução assistida e, num futuro breve, a "in vitro", cuja cobertura legal está em fase de conclusão.
Denominada “Dr. Manuel Pedro Azancot de Menezes”, a unidade hospitalar, situada no distrito Urbano do Camama, município do Talatona (sul de Luanda), vai contribuir, com as suas valências, para a materialização da visão do Executivo angolano de melhoria dos cuidados de saúde,
Inaugurado hoje pelo Chefe de Estado angolano, João Lourenço, o hospital vai também permitir a execução de acções equitativas, bem como acelerar o acesso das crianças e mulheres a serviços de saúde eficientes e com qualidade.
A ministra disse que a unidade hospitalar é de nível terciário de atenção, de referência nacional, com alta complexidade no atendimento de saúde materna, neonatal e infantil, bem como vocacionada para o ensino de excelência e desenvolvimento da investigação.
“Podemos facilmente evidenciar que, apesar da crise económica, agravada pela emergência sanitária que atingiu todos os sistemas de saúde do mundo, o Presidente João Lourenço dedicou uma atenção especial ao sector social, garantindo assim a curto, médio e longo prazo que os seus efeitos positivos impactem sobre os principais indicadores de saúde e bem-estar das populações”, afirmou.
Com isso, o sector da saúde tem vindo a registar uma melhoria na oferta de mais e melhores serviços, ao nível de todo o território nacional, o que permitiu um ascendente na percentagem dos partos institucionais assistidos pelo pessoal qualificado, com impacto significativo da mortalidade materna institucional.
De igual modo, de acordo com a ministra, verificou-se um aumento do número de unidades sanitárias que prestam cuidados integrados às crianças.
Com capacidade para 220 camas ocupa uma extensão de 40 mil e 484 metros quadrados, com uma área construída de 45 mil e seis metros quadrados.
O edifício, de 10 andares, três dos quais subterrâneos, comporta três blocos, com serviços de urgências clínicas, sala de partos, obstetrícia e ginecologia, pediatria, fisioterapia e reabilitação física e cirurgia.
Avaliado em 179 milhões de dólares, o hospital possui ainda uma unidade para queimados, para terapia respiratória, laboratórios para análises clínicas, sistema de imagiologia e radiodiagnóstico, uma morgue e um parque de estacionamento para 520 viaturas.
Manuel Pedro Azancot de Menezes
Natural de São Tomé e Príncipe, nasceu em Março de 1923, especialista em cirurgia-geral e ginecologia pela Universidade de Lisboa, notabilizou-se em Angola, Cabo Verde, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Durante 35 anos dedicou-se, com afinco, sabedoria, competência, simplicidade, ética e integridade a uma causa nobre, a medicina.
Manuel Pedro Azancot de Menezes, que faria, se estivesse vivo, a 25 de Março deste ano, 99 anos de idade, trabalhou em Angola, em várias províncias: Moxico, entre 1964 e 1968, Benguela, de 1969 a 1970, Malanje, entre 1971 e 1972; e desta data em diante, em Luanda.
Na capital de Angola, no Hospital de São Paulo (actual Hospital Américo Boavida), até 1975, e de 1975 a 1983 (data da sua morte), na Maternidade Lucrécia Paim.