Luanda - Angola assinala esta sexta-feira, 31 de Maio, o 33º aniversário da assinatura dos Acordos de Paz de Bicesse, que resultaram no início do processo democrático, marcado pela realização das primeiras eleições em Angola.
Os acordos foram assinados, a 31 de Maio de 1991, em Estoril, Portugal, pelos então Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, e pelo líder da UNITA, Jonas Savimbi, na presença de representantes de países da Troika de Observadores, designadamente Portugal, União Soviética (actual Rússia) e EUA.
Seu principal objectivo era terminar a guerra civil e realizar as primeiras eleições no país, que tiveram lugar nos dias 29 e 30 de Setembro de 1992, sob a supervisão das Nações Unidas.
Os acordos previam, quanto às questões militares, o cessar-fogo no país, o aquartelamento das forças militares da UNITA e a consequente desmilitarização desta organização, o desarmamento da população civil e a formação do Exército nacional único com efectivos das FAPLA (Governo) e das FALA (UNITA).
As negociações foram mediadas por Portugal, ex-União Soviética e Estados Unidos da América (EUA).
Com os Acordos de Bicesse, terminavam 16 anos de confrontação militar e desentendimentos entre o Governo e o então movimento rebelde, UNITA. Os angolanos tiveram, assim, a possibilidade de encarar o futuro com optimismo e confiança.
Todavia, a UNITA seria derrotada nas eleições e, pouco depois, a violência regressou, primeiro às ruas de Luanda e depois ao resto do país.
Os confrontos entre o Governo e a UNITA só cessariam após a morte de Jonas Savimbi, a 22 de Fevereiro de 2002, possibilitando, assim, a assinatura, a 4 de Abril do mesmo ano, do Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, que havia sido rubricado a 20 de Novembro de 1994, na capital da Zâmbia, após um ano de negociações. ART