Luanda – A cidade de Harare, Zimbabwe, será, sábado, a "capital da SADC", com a realização da 44ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da comunidade, que vai discutir sobre assuntos candentes, como a paz e a estabilidade social.
Por Francisca Augusto, jornalista da ANGOP
A cúpula de Alto Nivel das lideranças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral ocorre numa altura em que a região enfrenta problemas complexos de segurança, mas celebra, com expectativa, o cessar-fogo na região
Leste da República Democrática do Congo (RDC).
A Cimeira acontece numa altura em que a região procura por soluções duradouras para o conflito armado na provincia de Cabo Delgado, Moçambique, que deverá, a par de outros problemas, merecer a atencao dos Estados-membros.
Com esse encontro, a organização vai rever a sua estratégia de desenvolvimento e procurar por soluções mais ajustadas à realidade do continente, em particular, e do mundo, em geral, a fim de corresponder aos anseios das comunidades.
A reunião, que ficará marcada pela atribuição da presidência rotativa de Angola ao Zimbabwe, para um mandato de um ano, representa um passo importante para o cumprimento dos objectivos da organização, sobretudo aqueles virados para o desenvolvimento económico.
É, pois, uma "porta aberta" para os Estados-membros reverem a estratégia de consolidação da paz e da segurança, do crescimento e redução da pobreza, que abre boas perspectivas para a materialização do sonho da construção de uma comunidade mais pacificada e próspera.
Espera-se que na Cimeira, cujo tema é "Promover a Inovação para Explorar Pienamente as Oportunidades para o Crescimento e Desenvolvimento Económicos Sustentáveis Rumo a uma SADC Industrializada", os Estados da SADC marquem passos seguros e consistentes para acabar com
o terrorismo e consolidar a Zona de Comércio Livre.
Com isso, augura-se que os lideres da organização consigam encontrar novas estratégias para elevar o nivel e a qualidade de vida das populações, apoiando as camadas sociais desfavorecidas, através da integração regional.
Augura-se que a Cimeira se constitua num momento singular para facilitar a integração regional e elevar os fundamentos democráticos dos Estados-membros, valores fulcrais para o desenvolvimento sustentável da comunidade.
Afinal, o desenvolvimento e a industrialização da região só serão possíveis num contexto de paz e de segurança, razão pela qual os Estados-membros apostam na implementação da Agenda da SADC, que incide, entre outros, no alcance da paz, da segurança e da estabilidade.
Ao assumir, pela segunda vez, a presidência rotativa da SADC, o Zimbabwe vai, de alguma forma, ter a oportunidade de dar maior visibilidade às potencialidades locais e ajudar a pacificar uma região que precisa da união de todos.
No quadro dos desafios, os esforços são orientados pela visão estratégica reflectida na Agenda SADC 2050, no Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional (RISDP 2020-2030), Plano Director de Desenvolvimento de Infra-estruturas Regionais (RIDMP), assim como na Estratégia e no Roteiro de Industrialização da SADC 2017-2063.
Não é por acaso que o tema escolhido para a Cimeira de Harare define a visão e os objectivos da região, com foco no capital humano e financeiro.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral tem também mais uma vez a oportunidade de voltar a centralizar a pauta em torno da integração pela avaliação dos avanços da Zona de Comércio Livre, passando pela União Aduaneira e em direcção a um Mercado Comum.
A SADC foi criada em 1992, para incentivar as relações comerciais entre seus 16 países membros. Tem por objectivo criar um mercado comum, a médio prazo, seguindo o modelo básico da União Europeia e alguns aspectos do Mercosui, promover esforços para estabelecer a paz e a segurança na conturbada região meridional africana. FMA/ART