Malabo (Dos enviados especiais) – A problemática das crises humanitárias estará em análise, esta sexta-feira, na Cimeira Extraordinária da União Africana (UA), a decorrer em Malabo, Guiné Equatorial, com a presença do Presidente de Angola, João Lourenço.
O evento decorrerá numa altura em que se estima a existência de cerca de 113 milhões de pessoas com necessidades de ajuda humanitária no continente, 48 milhões das quais na condição de refugiados, requerentes de asilo e deslocados internos.
Pela sua importância, prevê-se que a Cimeira Extraordinária abra espaço para os líderes africanos e os doadores internacionais analisarem a questão da mobilização de fundos.
Dados da UA indicam que as necessidades humanitárias estão a aumentar rapidamente em África, fundamentalmente por causa de conflitos e choques climáticos, prevendo-se que mais de 30 milhões de pessoas estejam deslocadas internamente, em consequência de conflitos intercomunitários e da insegurança alimentar.
Além da Cimeira sobre as Crises Humanitárias, a capital da Guiné Equatorial acolhe sábado outra importante Cimeira sobre Terrorismo e as Mudanças Inconstitucionais de Governos no continente africano.
A mesma foi proposta pelo Chefe de Estado angolano aquando da Cimeira Ordinária dos Líderes do Continente, realizada em Fevereiro deste ano, em Adis Abeba, Etiópia.
Pretende-se com esta Cimeira sobre Terrorismo e Mudanças Inconstitucionais de Governos em África, entre outras acções, analisar o impacto deste flagelo no continente, de modo a identificarem-se estratégias conducentes a um plano de acção abrangente.
A propósito do evento, o presidente da Comissão da UA, Faki Mahamat, disse que o mesmo abordará "o terrorismo, uma gangrena que está progressivamente a infectar todas as regiões do continente, da Líbia a Moçambique, do Mali à Somália, através do Sahel, da Bacia do Lago Tchad e do leste da República Democrática do Congo".
Sobre a mesma realização, o representante permanente de Angola junto da União Africana, Francisco da Cruz, defendeu quinta-feira a busca de soluções contra os golpes de estado, para se proporcionar um ambiente de paz e estabilidade em África.
Em relação ao terrorismo, o também embaixador de Angola na Etiópia defendeu a criação de mecanismos que ajudem a combater este fenómeno, porque coloca em causa o bem-estar e a segurança das comunidades.
Para as duas cimeiras, Angola faz-se representar por uma delegação liderada pelo Presidente João Lourenço, que integra, igualmente, o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, e outros altos funcionários do Executivo angolano.