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GPL enaltece bravura dos heróis da Baixa de Cassanje

     Política              
  • Luanda • Sábado, 04 Janeiro de 2025 | 12h21
Cemitério onde jazem os heróis da Baixa de Cassanje
Cemitério onde jazem os heróis da Baixa de Cassanje
Nelson Costa

Luanda - O vice-governador da província de Luanda para área Técnica e Infra-estruturas, Calunga Quissanga, enalteceu, este sábado, a coragem dos heróis da Baixa de Cassanje, que marcou a luta contra a repressão colonial a 4 de Janeiro de 1961.

Ao falar à imprensa após a deposição de uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, no cemitério da Santa Ana, Calunga Quissanga referiu que o Dia dos Mártires da Repressão Colonial, que se assinala hoje, sábado, é oportuno para valorização e reflexão dos feitos alcançados pelos compatriotas da Baixa de Cassanje, que se bateram com a própria vida contra a opressão colonial.

O vice-governador disse que o simbolismo da data, em véspera das comemorações dos 50 anos de independência nacional, transmite maior responsabilidade para exaltar a figura destes heróis que perderam a vida em prol do solo pátrio. 

Para o director provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Baptista Correia, o momento é de agradecimento a todos que na época deram a vida em prol da liberdade do povo, que culminou com a conquista da independência nacional.

Por sua vez, o representante da Associação dos Combatentes das Ex-FAPLA, Caetano Marcolino, sublinhou que a data visa reconhecer a figura de todos que pereceram durante a repressão colonial de 1961.

Baixa de Cassange

A 04 de Janeiro de 1961, na região da Baixa de Cassanje, província de Malanje, ocorreu uma das maiores repressões do colonialismo português, contra o povo angolano.

Sessenta e quatro anos depois, os angolanos continuam a recordar os milhares de compatriotas assassinados pela Força Aérea Portuguesa, que lançou bombas incendiárias onde se encontravam trabalhadores em protesto contra as péssimas condições laborais nesta região.

Dados referem que milhares de trabalhadores das plantações de algodão da empresa luso-belga COTONANG participaram na revolta da Baixa de Cassanje, protestando contra as duras condições de vida, de trabalho e a constante repressão do patronato e a obrigação da cultura única.

A "revolta" foi dominada pelos colonialistas com bombas de  "napalm", matando cerca de vinte mil autóctones e destruídas 17 aldeias.    

Desta forma, a data tornou-se um marco na luta pela independência dos angolanos, por ser o episódio mais relevante de contestação das condições de trabalho impostas sob domínio colonial, quer pelo número de vítimas, pela sua duração, como pela adesão de pessoas.

Este evento, conhecido como o massacre da Baixa de Cassanje, é considerado um marco inicial na luta armada que culminou na independência de Angola em 1975.

Apesar desta data ser considerada um marco importante da história recente de Angola, deixou de ser feriado nacional e passou a ser uma data de Celebração à luz de uma lei adoptada em 2011 pela Assembleia Nacional.

O diploma, que revogou a Lei 7/03 de 21 de Março, visou diminuir o número de feriados e introduziu as datas de Celebração Nacional, como forma de garantir a comemoração ou celebração de determinadas efemérides, as quais o 4 de Janeiro, sem que haja suspensão da actividade laboral.ANM/ASS





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