Pretória (Dos enviados especiais) - Angola e África do Sul têm um compromisso comum de fazer avançar os ideais do Pan-Africanismo e de promover a resolução pacífica de conflitos através d9 diálogo, afirmou, quinta-feira, na cidade de Pretoria, o Chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa.
Ao intervir na cerimónia que marcou as conversações oficiais entre delegações ministeriais de ambos países, no âmbito da visita do homólogo angolano, João Lourenço, o estadista sul-africano agradeceu os esforços que Angola “emprestou” à construção da paz na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e no continente em geral.
Reiterou que África do Sul elogia Angola pelo papel construtivo que desempenha como Presidente da Conferência Internacional sobre os Grandes Lagos, como Facilitador do Processo de Luanda e no Comité Presidencial Ad-Hoc para a República do Sudão.
“Devemos continuar a aprofundar a nossa colaboração para a resolução do conflito no Leste da RDC, da guerra civil no Sudão e da crise pós-eleitoral em Moçambique”, defendeu Cyril Ramaphosa, para quem o silenciar das armas em toda a África é uma condição prévia necessária para a estabilidade, o crescimento económico e o desenvolvimento.
“Como países africanos, devemos estar na vanguarda da promoção da resolução pacífica de conflitos, especialmente num momento em que o futuro do multilateralismo está em jogo”, ressaltou.
Conflito no Médio Oriente
Relativamente à guerra de Israel contra o povo de Gaza e o conflito em curso entre a Rússia e a Ucrânia, o Presidente sul-africano declarou que essas disputas expuseram as limitações e fragilidades das instituições internacionais que permanecem não representativas e não reformadas.
Fez saber que a África do Sul mantém-se firme no seu apelo à reforma das instituições de governação global, especialmente o Conselho de Segurança da ONU.
“Mantemos firmes no nosso apelo para que o multilateralismo permaneça no centro dos assuntos globais, quer se trate de lidar com conflitos, quer para responder às alterações climáticas”, exprimiu.
Na sua intervenção, Ramaphosa reiterou o seu apelo para que a Carta das Nações Unidas seja respeitada e para que os princípios do direito internacional sejam respeitados.
G-20
Quanto ao G-20, instituição integrada pelos vinte países mais desenvolvidos do mundo, o estadista sul-africano deu a conhecer que o seu país acaba de assumir a Presidência deste grupo e irá acolher a sua primeira Cimeira em solo africano em 2025.
Sustentou que a promoção das prioridades de desenvolvimento de África, tal como defendidas na Agenda 2063, será um dos elementos definidores da presidência sul-africana naquele órgão internacional .
“Trabalhar com a União Africana e outros países africanos garantirá que as questões de importância estratégica para África e para o Sul Global sejam destacadas”, frisou.AFL/ART