Luanda – O engajamento do Governo angolano no combate às alterações climáticas a nível do continente foi enfatizado, esta terça-feira, em Luanda, durante uma audiência concedida pela Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, a membros do Centro da África Austral de Ciências e Serviços para Adaptação às Alterações Climáticas e Gestão Sustentável dos Solos (SASSCAL).
A informação foi prestada à imprensa, no final da audiência, pela ministra angolana do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança Sambo, presidente cessante do Conselho de Ministros da SASSCAL.
“A Vice-Presidente fez questão de receber a delegação, sobretudo, para enfatizar o compromisso do Governo angolano e do Presidente da República com todo o engajamento no combate às alterações climáticas”, explicou a ministra, cujo mandato rotativo, de dois anos, termina este mês.
Na ocasião, segundo Maria Bragança, a Vice-Presidente referiu-se à participação de Angola na Cimeira Africana, ocorrida este mês, em Nairobi (Quénia), na qual defendeu, entre outras medidas “chaves” para o êxito deste desafio, a promoção de uma parceria global mais justa e equilibrada, no quadro das alterações climáticas.
Os membros do Conselho de Ministros do SASSCAL falaram igualmente de aspectos ligados à necessidade de sustentabilidade financeira da organização, ratificação do tratado por todos os Estados-membro, sua transformação em instituição internacional, bem como sobre a criação de condições para a construção de um centro de excelência, previsto para a província do Huambo.
A Namíbia é o único país que ratificou já o tratado do SASSCAL, entre os cinco membros, sendo que Angola, Botswana, Zâmbia e África do Sul têm em curso procedimentos administrativos.
Quanto à produção, a presidente cessante referiu haver aspectos positivos do trabalho da instituição, ligados sobretudo ao desenvolvimento de projectos de investigação científica a serem desenvolvidos na segunda fase de projecto desta organização, denominada “SASSCAL-2”.
No seu entender, embora ainda se exija muito, é importante notar que tem havido algum avanço nesse sentido, sobretudo em caso de consulta aos últimos relatórios da UNESCO sobre ciência.
Maria Bragança augurou melhores condições financeiras, para que haja maior investimento em matérias de carácter científico e técnico.
Participaram da audiência o ministro do Ensino Superior e Investigação do Mali, Bourema Kansaye, e a ministra da Agricultura, Águas e Reforma Agrária da Namíbia, Anna Shiweda, membros da SASSCAL, que manifestaram a disponibilidade de cooperação dos seus países com Angola em matérias de combate às alterações climáticas e não só.
A governante namibiana, cujo país partilha com Angola a bacia hídrica de Cuvelai, afirmou que o seu país tem tido ganhos com a integração na SASSCAL, em particular com Angola, no que diz respeito ao abastecimento e gestão integrada de recursos hídricos, um bem escasso no seu território.
Apontou a troca de experiência em purificação de água como uma área em que ambos podem desenvolver.
“Vamos aprofundar o reforço de cooperação no que toca ao abastecimento de água para o benefício dos nossos povos”, frisou, realçando a necessidade de se prevenir questões relacionadas com inundações e secas.
Prometeu trabalhar para a expansão da organização, por formas a que a mesma conquiste o maior número de parceiros financeiros, tendo manifestado o desejo em ver todos os países da SADC a aderirem a SASSCAL, uma vez que os problemas climáticos não têm fronteiras.
O Centro da África Austral de Ciências e Serviços para Adaptação às Alterações Climáticas e Gestão Sustentável dos Solos (SASSCAL) é uma iniciativa conjunta de Angola, Namíbia, Botswana, África do Sul e a Zâmbia, e com parceria da Alemanha, que visa, entre outros, dar respostas aos desafios das mudanças globais nos países membros. VC/SC